Representantes de Embu e de dezenas de municípios integrantes do Comitê Metropolitano do programa Mais Educação compareceram ao I Seminário Estadual de Educação Integral, ocorrido na cidade de Diadema, na segunda e terça-feira (20 e 21/09), para discutir desafios e conquistas na busca pela ampliação da jornada escolar com qualidade. O evento coincide com a comemoração de um ano de atividade do programa em Embu e a participação do grupo da Escola Municipal Maria Josefina Azteca marcou a apresentação cultural com a dança do carimbó.
A secretária de Educação de Diadema, Roberta Oliveira, deu as boas-vindas aos participantes, falou dos resultados já alcançados e comentou que, ao ver a apresentação cultural das crianças é que se pode perceber que o projeto tem tudo para dar certo e contar com mais instituições acreditando que a Educação Integral é possível: “As crianças que participam do programa Mais Educação vão ter realmente um diferencial perante as outras que não tiverem essa oportunidade”, afirmou.
Diretores, coordenadores, educadores e estudantes da rede municipal de Embu acompanharam a secretária Rosimary Mendes de Matos no Seminário que teve também as presenças de secretários municipais de Educação, do prefeito de Diadema, Mario Reali, do presidente do Comitê Metropolitano, Ricardo de Oliveira Queiroz e, representando o Ministério da Educação (MEC), o professor João Alberto Chagas de Lima, além de outras autoridades no assunto.
Nos dois dias do evento, um dos principais aspectos tratados foi a regulamentação da Educação Integrada e a programação contou com outros importantes temas para os grupos de trabalhos, como o currículo, a adequação dos espaços de aprendizagem e o recursos financeiros.
Coordenadores pedagógicos, educadores de Embu e a secretária Rosimary Mendes de Matos participaram das mesas de trabalho e contribuíram ao apresentar os resultados alcançados nesse primeiro ano de instalação do sistema educacional na cidade. Um dos destaques foi a implantação dos Polos Catraca, em que blogs são elaborados pelos estudantes e promovem a divulgação de programação cultural gratuita de qualidade.
Implantado em nove escolas da rede de Embu, o programa Mais Educação é uma parceria com o governo federal por meio do Ministério da Educação e atende cerca de 1200 estudantes do Ensino Fundamental em atividades extra curriculares, no horário ampliado de 5 para 7 horas, de segunda a sexta-feira. As turmas são organizadas por avaliações sociais realizadas por diretores, coordenadores, conselheiros escolares para atingir especialmente os estudantes em situação de risco.
O currículo complementar engloba os macro campos de conhecimento, como esporte e lazer, cultura e artes, meio ambiente, direitos humanos, inclusão digital e edocomunicação, com acompanhamento pedagógico e dedicação a despertar o interesse das crianças. O objetivo é diminuir a desigualdade educacional pelo programa que aposta na oferta de espaços diferenciados e materiais que possibilitem aos estudantes revelarem novas habilidades e talentos. Para tanto, a proposta da interdisciplinaridade é seguida a risca e já envolve os programas Prevenção em Saúde e Segundo Tempo, incluindo as secretarias de Esporte e Lazer e de Saúde.
Diante dessa proposta, a estrutura é adequada em vários aspectos, inclusive o pessoal, com formação constante dos monitores e readaptação de servidores da rede, antes afastados por problemas de voz, por exemplo, e que se tornam arte-educadores. “Nesses casos, todos os envolvidos tornam-se mais do que educadores, são articuladores sociais”, explica a coordenadora do Mais Educação, Selma Bezerra. Outro fator relevante é a alimentação, já que o horário estendido também exige refeição extra. O Programa Nacional de Escolar Alimentação – PNAE – reserva verba específica e o cardápio elaborado por nutricionistas complementa a demanda.
Os resultados são analisados individualmente e no conjunto, apresentando relatórios periódicos de aproveitamento. Dessa forma é possível demonstrar como são aplicados os recursos destinados (R$ 360 mil mensais) do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, o que garante o uso de materiais de alta qualidade, realização de oficinas em cada macro campo e saídas monitoradas.