Onze pessoas do movimento Hip Hop de Berlim, na Alemanha, visitaram dias 22 e 23 de outubro a cidade de Embu das Artes, em especial o Centro de Referência da Juventude (CRJ), vinculado à Secretaria Municipal de Participação Cidadã, e a Ong Zumaluma, no Jardim Santa Tereza. O encontro fez parte de um projeto de intercâmbio chamado City Hip Hop, no qual integrantes, seguidores, admiradores e produtores da cultura urbana, em especial deste movimento, trocam experiências e compartilham suas vivências.
Faziam parte do grupo, artistas de break dance, beat Box, Graffitti e MC, de diferentes nacionalidades, entre eles, oito alemães, um colombiano, um chileno e uma uruguaia. Além de Embu, o movimento passou pelas cidades de São Paulo, Diadema e Campinas. Segundo Mirta Perrone, diretora social do projeto, o grupo veio até o Brasil graças ao apoio dos governos alemão, de Embu das Artes e do Estado de São Paulo e de entidades comunitárias.
“Esperamos passar para estes jovens uma perspectiva para o futuro, ao transmitir as vivências que possuímos lá na Alemanha. Observo que os jovens daqui possuem o ritmo musical no sangue e não é necessário explicar muitas coisas, pois eles aprendem muito rápido” – disse Mirta. Ela elogiou a Prefeitura por oferecer um espaço para os jovens, como o CRJ. “Não existindo este lugar, esses jovens poderiam estar na rua fazendo coisa errada, mas aqui eles têm a possibilidade de aprender e aumentar seu nível cultural”.
“Gostei muito das atividades porque aprendi muitas coisas. Nunca pensei que iria encontrar um alemão, é muito difícil se comunicar com eles, mas eles foram bacanas com a gente e nos ensinaram bem” – disse End Carolina, de 15 anos, moradora do Jardim Itatuba, que participou da oficina de grafite.
Ouça a entrevista da Juliana Erica Silva
“A principal diferença entre os brasileiros e os alemães é com relação a vida social. Aqui todo mundo se conhece, vocês sabem quem são seus vizinhos. Na Alemanha não é assim. As pessoas são muito fechadas, por exemplo. Eu não conheço direito o meu vizinho. O pessoal aqui é mais aberto e alegre.” – Alljah Perdomo, 25 anos, MC.
“É a primeira vez que visitei o Brasil e gostei muito daqui, especialmente por causa das pessoas. As oficinas foram boas e divertidas, onde pudemos mostrar nossas experiências e aprendemos também com eles coisas que não tínhamos conhecimento”. – Ariane Koziner, 24 anos, MC.
“Para mim é interessante ver como as pessoas daqui se comunicam e os diferentes ritmos presentes. Mesmo não falando a mesma língua que os brasileiros, conseguimos nos entender porque a música é uma linguagem universal e com o que aprendi aqui vou poder aumentar meu repertório”. – Kays Elbegli, 23 anos, Beatboxer.
“Aqui vocês têm diversos ritmos musicais e é maravilhoso. Um grupo brasileiro que escutei e gostei foi os Racionais MC” – Drob Dynamic, 19 anos, MC