Na sala Josefina Azteca do Centro Cultural, uma exposição de vestuário, instrumentos musicais e artefatos femininos ficará aberta à visitação até 16/3
Pacientemente, a professora Terutiyo Ikemoto dá o laço (obi) nos yukatas (roupa parecida com kimonos, só que bem mais leves) de suas alunas do curso de Dança Folclórica Japonesa. Em poucos momentos, elas apresentarão quatro danças, uma delas em homenagem ao centenário da imigração japonesa no Brasil, a dança Umi o Wata´Tte Bushi, como parte da exposição Mulheres de Várias Culturas, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, no Centro Cultural Embu das Artes. A professora não revela a sua idade mas conta que a mais velha do grupo, a senhora Masa Anne, está hoje com 92 anos.
Antes das japonesas, as ciganas, acompanhadas pelo violonista Rom Marques e seu som flamenco, com canções em espanhol antigo e catalão, apresentam a sensualidade da dança cigana, apesar de não serem profissionais. "O que fazemos é expressar e receber energia do universo que dividimos com vocês da platéia", avisa a cigana Maria José, moradora de Embu, feliz pelo encontro das várias etnias, sonho antigo de Alexandra e Haruna, suas companheiras de palco.
Apenas com o som ritmado da voz e da respiração Kanualú e Sany, mãe e filha da etnia indígena do Xingu, Mato Grosso, há seis meses moradoras de Embu, mostram como a sua aldeia comemora o "poder da mulher". Segundo Kanaualú, com a dança Jamugi Cu Má, durante o mês de março, toda a aldeia faz artesanato, cocares, comidas, danças e cantos. "As mulheres cantam provocando os homens sobre a superioridade feminina, como numa guerra de sexos, mas por brincadeira", explica Sany, filha do índio Kunué, expositor da Feira de Embu das Artes.
Representando a mulher latino-americana, a argentina Alícia e a boliviana Aída sobem ao palco do centro cultural como velhas conhecidas. Elas cantam todos os finais de semana no Centro Histórico de Embu. Alícia diz que já se considera embuense. "Estou há 20 anos no Brasil, mas continuo divulgando, todos os dias, a cultura latino-america, principalmente a mulher andina". A companheira de composições, Aída, saúda as mulheres por serem "guerreiras, batalhadoras, por não se abaterem frente às dificuldades e sempre seguirem em frente. Também as que lutaram contra a ditadura devem ser lembradas neste momento", destaca antes de tocar a música Águas Claras, feita em homenagem às crianças. As duas fazem parte do grupo Los Omaguacas, de música latino-americana.
Para encerrar a celebração, o Grupo Mulungu, de danças afro-brasileiras, coordenado pelo músico Carlos Caçapava, mostra a alegria e o ritmo resultante da mistura das etnias negra e branca no Brasil.
Prestigiaram o evento: Selma Fernandes, secretária de Cidadania e Assistência Social; Maria Cleuza Gomes, presidenta do Fundo Social de Solidariedade; Marisa Araújo Silva, do Centro de Referência da Mulher, a vereadora Maria das Graças, e o secretário de Turismo, Walter Rocha. A empresa Natura patrocinou um coquetel às homenageadas.
Mulheres reúnem-se para cuidar de si e de seus direitos
Centro Cultural Embu das Artes
Visitação – todos os dias, das 9 às 18h
Largo 21 de Abril, 29 – centro – Embu
Tel.: (11) 4781-4462 e 4241-5993