Participação indispensável para melhor atendimento ao doente mental

13/05/2009 - 0:00
Participação indispensável para melhor atendimento ao doente mental
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Quem vira as costas à questão da doença mental se esquece de que não há outra escolha no mundo moderno, segundo especialistas. Isso porque, se nos hospitais psiquiátricos faltam vagas, sobram doentes nas ruas, ou mesmo em casa sem tratamento. E também é preciso fazer as contas: a média de internação em um hospital psiquiátrico, segundo o Ministério da Saúde, é de 15 anos, enquanto um paciente em crise ocupa o leito do hospital por 15 a 30 dias, se tiver uma crise aguda, podendo depois, com mais chance do que o primeiro, voltar para casa. 

“Entre os casos de depressão há crianças e adolescentes, e ficar mal na escola pode ser um sinal para a família orientar e conversar mais, evitando a evolução do problema e até corrigindo-o. Muitas mulheres bebem escondido e nem chegam a ser tratadas porque se envergonham do vício”, diz  Kátia de Paiva, coordenadora de Saúde Mental e do Programa de Atenção à População em Situações de Violência e Outras Causas Externas.

De acordo com as mudanças ocorridas nos tratamentos psiquiátricos, a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo ela, é que somente pacientes com transtornos mentais severos e persistentes devam ser internados. Isso representa 3% da população, o que no caso de Embu, com 260 mil habitantes, equivale a 7.800 pessoas com esquizofrenia e transtorno afetivo bipolar. Outros 12% sofrem de transtorno mental comum, causado por separação, perda, fobia, todos sintomas que são curados ou bem reduzidos com a ajuda da família e o apoio da comunidade. Ainda segundo a OMS, os municípios com situação não controlada quanto à doença apresentam índices mais altos de violência.

O movimento da luta antimanicomial nasceu em 1987, como uma mudança de estratégia dentro do movimento de luta pela reforma psiquiátrica, visando ampliar as suas bases de sustentação que vem buscando novas alianças com os movimentos sociais populares e com a sociedade civil em geral. Esse movimento tem como lema " Por uma sociedade sem manicômios", referindo-se ao ressurgimento de uma nova política de saúde mental que faz contraposição ao isolamento e a exclusão, baseados na idéia de que a loucura é marcada pela incapacidade e periculosidade,  destes sujeitos, enxergando a cidade como o lugar da inclusão e construção de uma cidadania ativa e efetiva.

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