O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Plansan), foram tema da oficina realizada com povos tradicionais de matriz africana, na manhã de segunda-feira, 29/9. O encontro, realizado no Centro Cultural Mestre Assis do Embu, foi uma parceria entre o Governo de Embu das Artes, por meio do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), e o Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fosanpotma).
A atividade propôs aos participantes uma reflexão sobre os desafios e possibilidades de aplicação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (Pnpct). Na parte da manhã foram debatidos “Territórios e Soberania Alimentar” e no período da tarde “A dupla cidadania e o marco legal para reconhecimento de cidades co-irmãs”.
Regina Barros Goulart Nogueira, médica Pediatra, debatedora do Fonsanpotma, chamou a atenção dos participantes para o fato da alimentação da maioria dos brasileiros contribuir para o estabelecimento da falta de saúde e do adoecimento dos seres humanos: “A alimentação deixou de ser sustentável e passou a ser sinônimo de poder aquisitivo, seguindo padrões capitalistas, que não correspondem as tradições dos povos de matriz africana. É preciso lembrar as origens, e saber que sem alimentação não há tradição”.
Em sua fala, o prefeito de Embu das Artes, Prefeito, ressaltou as ações do governo em prol dos povos de matriz africana: “A minha pauta não é eleitoral, a minha pauta é construir políticas públicas que tenham consistência. Ações, como a aquisição de alimentos das comunidades Quilombolas, do Vale do Ribeira, que fortalecem essas comunidades e mostram a realidade e a cultura dessas pessoas, para as famílias do nosso município”.
Prefeito também falou sobre a evolução que as questões raciais tem tido em Embu das Artes: “Como governante, tenho me deparado com o aprendizado e com os desafios que as questões raciais nos impõem. Desafio de universalização, de ter um olhar diferenciado, pois as políticas públicas devem ter recortes e levar em conta a diversidade, romper com a visão preconceituosa que tenta reduzir os povos tradicionais apenas à questão religiosa. Quando apoiamos a criação do Conselho de Igualdade Racial, mostramos que existe complexidade e que além de qualquer aspecto isolado, queremos dar a nossa contribuição”.
O encontro ainda contou com a participação do Pai Léo de Logun Edé, membro do Conselho dos Povos Tradicionais de Matriz Africana e representante do Povo Yoruba, Sônia Rainho, coordenadora da Mulher e Promoção da Igualdade Racial de Osasco, Luciano Jurcovichi, assessor da Secretaria de Relações Internacionais de Osasco, Silvany Euclenio Silva, da Secretaria Especial de Políticas para a Igualdade Racial responsável pela Secretaria de Política para os Povos e Comunidades Tradicionais do Governo Federal, Mariana Cursino da Cruz, assessora da Secretaria de Relações Internacionais de São Bernardo do Campo, Tata Edson Nogueira, articulador do Fonsanpotma e dos secretários municipais Alan Leão (Cultura), Valdir Barbosa (Turismo) e Roberta dos Santos (Assistência Social), para a discussão do papel dos governantes no desenvolvimento dos Povos Tradicionais de Matriz Africana. Além, do lançamento do comitê pró-visita ao Brasil, do Rei africano de Ifon, personificação de Oxalá em terra.