O prefeito de Embu das Artes, Prefeito, recebeu na tarde de quarta-feira, 27/1, uma comissão de moradores do Jardim Vazame e adjacências para tratar da transformação do antigo Pronto-Socorro do Vazame em Hospital Leito.
Segundo os munícipes, o Pronto-Socorro do Vazame é tido como ponto de referência no bairro, uma conquista de lutas sociais, a qual eles se indignam em perder. Os moradores também relataram o descontentamento em ter que se deslocar até a UPA, no Jardim Santo Eduardo, em busca de atendimento.
O prefeito de Embu das Artes foi enfático ao afirmar que não há a possibilidade de reativar o Pronto-Socorro do Vazame durante o seu mandato: “Eu não vou ficar fazendo média com as pessoas, financeiramente a Prefeitura não tem como retomar o atendimento como era antes. O horizonte não é melhor nem igual ao de 2015. Teremos menos recursos, seria irresponsabilidade minha manter o Vazame”.
Entre os argumentos listados pelo gestor está o momento de crise que o País está atravessando o que afeta diretamente o município com queda na arrecadação de impostos e no repasse de verba. Prefeito ainda enfatizou que o bairro conta com Centro de Especialidades que também funciona como UBS para os moradores, que os casos graves de urgência e emergência não deixaram de ser atendidos no Vazame e que o equipamento conta com ambulância 24h para a transferência dos pacientes após a estabilização do quadro.
A importância de manter leitos de internação fora do ambiente de urgência e emergência de um Pronto-Socorro e dos recursos que o município receberá do Governo Federal para manter o Hospital Leito, foram lembrados por Prefeito: “Quem aqui afirmar que gente internada em Pronto-Socorro é a situação ideal não gosta da pessoa, o PS não é para ter pessoas internadas. Nós não recebíamos um real para custear essas internações. Agora, com o Hospital Leito, temos leitos qualificados e passaremos a receber recursos do Governo Federal para manter o funcionamento do Vazame”.
Outras queixas apresentadas pela comissão, como o atendimento de pacientes de outros municípios pela UPA foram desmitificados pela secretaria de Saúde, Sandra Magali Fihlie, que assegurou: “Estatisticamente a imensa maioria da população atendida na UPA é de Embu das Artes, a proporção de atendimentos de pessoas de outras cidades é a mesma do Vazame. Em pouco mais de um mês, 135 pessoas foram atendidas pelo Hospital Leito, com média de permanência de 4,72 dias, um indicador de qualidade para o Ministério da Saúde”.
O munícipe João Joaquim da Silva, morador do Jardim São Vicente, é contra a transformação do Vazame em Hospital Leito, mas fez questão de esclarecer que a população não está contra a UPA: “Não somos contra a UPA, a necessidade de saúde é muito grande. Vamos aplaudir a UPA e torcer para que ela funcione”.
Segundo Patrícia Oliveira Antoniolli, moradora do Jardim Vazame, a revolta da população está na forma como se deu o processo e não na transformação do equipamento: “Ouve algumas falhas na comunicação e isso causou a manifestação da população. O Governo falhou em não ter comunicado o processo de transição, faltou falar sobre a crise com a população, por mais que ele tenha conversado com o conselho e com os vereadores, a população se sentiu isoladada".
Diante das inquietações Prefeito esclareceu que houve um estudo técnico e que tanto a implantação da UPA, quanto a transformação do Vazame em Hospital Leito, foram ações realizadas com respaldo dos vereadores e do Conselho Gestor de Saúde: “Eu dialoguei, posso ter errado por não fazer a discussão lá no bairro, mas não fizemos nada por debaixo dos panos, discutimos com duas instituições eleitas, Conselho e Câmara, e no dia em que eu estive lá no bairro, uma senhora levantou a questão e eu discuti com os moradores também. Acho importante a participação de lideranças e pré-candidatos nessas discussões porque o Embu não vai deixar de existir depois do meu mandato, a minha sugestão é que vocês perguntem para os pré-candidatos o que eles acham disso e peçam para que eles coloquem a reabertura do PS Vazame como compromisso no plano de governo, eu torço para que a economia melhore e isso seja possível”.
Prefeito ainda rebateu a fala do ex-prefeito, Nivaldo Orlandi, que alegou que a transformação do Vazame em Hospital Leito afetaria o comércio local, usando exemplos de bairros como Pirajuçara, Santa Tereza e Santo Eduardo, regiões de comércio expressivo e que até o último ano não contavam com Pronto-Socorro: “Não é a existência do Pronto-Socorro no bairro que vai fazer o comércio ficar bom ou fraco, é um conjunto de fatores é investimento do Poder Público. O meu mandato está acabando, mas que os próximos prefeitos também lutem para o desenvolvimento dos bairros”.
Saúde de Embu das Artes segue na contramão da crise
Durante a reunião outros pontos pertinentes à saúde também foram discutidos, entre eles o crescente investimento do governo na área. Segundo os dados apresentados, o investimento em saúde em Embu das Artes saltou de 57 milhões (2009) para 120 milhões (2015). Atualmente, o Governo de Embu das Artes investe 27% de sua receita em saúde, quase o dobro do percentual mínimo previsto em lei, que é 15%.
Entre os feitos da atual gestão estão a construção do Posto Avançado de Saúde do Jardim Mimás, das UBS Eufrásio (Santa Luzia), Ângela e São Luis, além, da reforma das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), implantação de Centro de Especialidades no Jardim Vazame, criação dos pronto-socorros infantis e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zilda Arns.
Confira o panorama da rede de saúde da cidade: