Exames cujos resultados demoram até seis meses para chegar aos pacientes, falta de vagas para internações e uma longa espera para a realização de consultas. Esses foram alguns dos problemas na saúde apontados pelo prefeito Prefeito e pela secretária de Saúde de Embu das Artes Dra. Sandra Fihlie, em reunião dia 4/3 com os doutores Nacime Salomão Mansur e Jorge Salomão, respectivamente superintendente dos hospitais afiliados à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor-superintendente do Hospital Geral Pirajussara. Construído para atender Embu e Taboão, o HGP é administrado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, da Universidade Federal Paulista.
Prefeito abriu a reunião informando que “o objetivo do Governo Municipal é atender a grande demanda da população na área da saúde, porém a capacidade dos municípios é infinitamente menor e com o HGP não é diferente. Por isso a nossa relação tem de ser muito próxima”, salientou o prefeito. Ele observou ainda que os problemas atingem os demais municípios da região e portanto a ação das prefeituras deve ser articulada, no âmbito do Conisud (Consórcio que reúne os seis municípios da região Sudoeste da Grande São Paulo), e conjunta com o governo do Estado.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Embu indicam a necessidade de mais de 6 mil internações em clínica médica. No ano passado, o HGP atendeu 1.100 casos de internação nessa especialidade. Em pediatria, das 3.000 internações solicitadas, foram realizadas cerca de 500. Em exames, há demanda reprimida [não atendida pelo hospital] para mais de 6.000 ultrassonografias, 847 ecocardiogramas e 702 endoscopias. Para que Embu possa utilizar da melhor maneira as vagas disponíveis, o prefeito pediu à secretária de Saúde que “verifique entre as vagas oferecidas pelo HGP, quais não estamos preenchendo e quais se tratam de demanda reprimida, para informarmos à direção do hospital”.
Para tornar mais eficiente e ágil o trabalho junto ao HGP, o Governo Municipal de Embu por meio da Secretaria de Saúde sugeriu a formação de um colegiado de gestão composto pelas secretarias de Saúde dos municípios da região e a direção do hospital. “Temos demandas reprimidas em consultas e exames especializados e a nossa sugestão é para termos um trabalho conjunto”, frisou a Dra. Sandra.
Quanto à falta de médicos, problema comum entre os municípios e o hospital, e reclamado pela população, Prefeito acredita que “o Estado tenha que regulamentar essa questão em conjunto com as prefeituras”, pois as cidades com mais recursos oferecem salários melhores e atraem os profissionais, prejudicando aquelas com orçamentos modestos.
O prefeito de Embu relatou as constantes reclamações dos moradores de Embu quanto à demora dos exames. “Tanto em Embu quanto no Taboão, há um mito de que os exames demorem muito e a culpa continua sendo do HGP. Quero entender o procedimento porque se um exame fica pronto em 72 horas, não é possível que um munícipe de Embu reclame que espera há seis meses pelo resultado”, argumentou. Por outro lado, Prefeito assegurou que se houver problemas de gestão no município serão resolvidos.
Para o superintendente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, há uma integração positiva entre o HGP e os dois municípios. Segundo ele, a participação de representantes do hospital em reuniões, conselhos e comitês municipais de saúde deve ser mantida para promover os avanços necessários. De acordo com Mansur, atualmente “90% do público atendido pelo hospital vem de Embu e Taboão”. Já segundo o superintendente do HGP, há uma invasão que não é possível controlar de pessoas em trânsito ou trazidas por parentes residentes na região.
A possível construção de um ambulatório de especialidades foi outro assunto da reunião. A nova unidade que contaria com recursos dos governos estadual e federal ampliaria os serviços de saúde e reduziria a demanda do HGP.