As entidades do 3º Setor, conveniadas com a Prefeitura de Embu das Artes, participaram na quinta-feira (26/3) do “Treinamento para Captação de Créditos Via Programa Nota Fiscal Paulista“, reunidas no auditório da Associação Comercial e Industrial de Embu (Acise), com promoção das secretarias de Controladoria Geral, Educação e Assistência Social e pelo Fundo Social de Solidariedade.
O treinamento faz parte da capacitação de gestores e dirigentes das instituições para o entendimento do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil – Lei federal 13.019/2014 – que determina novas regras nas parcerias entre Poder Público e Entidades Civil sem fins lucrativos.
Com a palestra ministrada por Antonio Davanzo, especialista em estratégias de captação e gestão do 3º Setor, a proposta do evento foi mostrar ideias de como as entidades podem captar recursos financeiros, por meio de doações de créditos da Nota Fiscal Paulista.
Davanzo apresentou estratégias e dicas para iniciar esse trabalho e otimizar o processo para obter sucesso. “A possibilidade é interessante para gerar uma boa renda à instituição”, afirmou.
Como captar dinheiro de doações?
Para esse fim, a principal ação é numa parceria entre a entidade e um estabelecimento comercial, que se prontifica a indicar e disponibilizar uma urna para recepção da nota fiscal, doada pelo consumidor em favor da instituição sem fins lucrativos, após a compra de um produto.
O recolhimento da urna cabe à instituição que, em seguida, deve lançar as notas no sistema da Secretaria da Fazenda para, depois de 6 meses, resgatar os créditos da Nota Fiscal Paulista doados.
Estratégias
Na sua exposição, Davanzo apontou algumas alternativas para angariar as doações, como: mapear empresas parceiras atuais ou encontrar uma loja comprometida com obtenção de resultados, colocar urna em locais visíveis, mapear funcionários e atendidos para auxiliar na captação (motivados por metas), descentralizar captação por unidades (se houver), captar notas por meio eletrônico (site e aplicativos), acompanhar e manter um relacionamento constante e prestar contas ao estabelecimento parceiro.
Dicas
Alguns produtos dão mais créditos do que outros, e existem aqueles que não geram nada, como por exemplo, abastecimento em posto de combustível. “A entidade precisa avaliar isso antes, para não se desgastar à toa”, alertou Davanzo.
Há também a situação de lojas franqueadas, que podem prejudicar a captação de créditos, pois fazem parte da mesma rede de marca, mas são independentes, com CNPJ diferentes, e contribuem pelo regime Simples. “Isso pode ser facilmente descoberto ao pesquisar o CNPJ da empresa pela internet”.
Outra ocorrência é de a entidade não conseguir encontrar uma nota por falha ou omissão do estabelecimento em lançá-la na sua contabilidade.
Os dirigentes devem ficar atentos aos prazos para lançamento na Secretaria da Fazenda, até o dia 20, fazer triagem de cupons com CPF e participar dos sorteios mensais (a cada R$ 100 lançados geram um ticket que serão sorteados no dia 15 de cada mês).
Experiências das entidades
A coordenadora de projetos da Comunidade Kolping de Embu, Maria Augusta de Queiroz, mantenedora de uma creche conveniada com a Prefeitura, disse que iniciou a experiência com os pais e a comunidade, que doam suas notas fiscais, e com as próprias compras da instituição, mas ainda aguarda o período de 6 meses para receber a primeira remessa dos créditos doados.
“Acreditamos que valerá a pena e pretendemos ampliar a aplicação desse dinheiro para outros fins, como manutenção do prédio, compra de equipamentos, atividades diferenciadas com a comunidade e construção de 3 salas de aula. É um dinheiro livre, sem as amarras dos recursos do Pode Público, que é direcionado”, falou Maria Augusta.
A Associação Acorde, que trabalha com crianças e adolescentes por meio de oficinas culturais, já se utiliza dessa fonte de renda há muito tempo. “Nos interessamos muito desde o início, em 2007. Começamos com empresários que conhecíamos e prospectei em muitas lojas do Shopping Granja Viana, logo em sua abertura, e deu certo”, afirmou a coordenadora de projetos, Marta Barreto Junqueira.
Em seu primeiro resgate, a entidade conseguiu R$ 7 mil e, 6 meses depois, alcançou R$ 14 mil. Desde então, a arrecadação da Acorde foi crescente.
Mas, de 2 anos pra cá, faltou gente para fazer toda operação – prospectar novos lojistas, recolher e digitar o cupom fiscal – e a Acorde descobriu que há empresas que fazem esse serviço. ”Hoje terceirizamos essa atividade e está dando certo, pois o custo é muito baixo”, revelou.
A liberdade de investimento é outra grande vantagem, pois não fica restrito a um projeto, como ocorre nas parcerias como o Poder Público. “Uma parte é aplicada no mercado financeiro e outra é utilizada no custeio da entidade“, completou Marta.
Participações no evento: secretária da Controladoria Geral, Maria Emília dos Santos, presidente do Fundo Social de Solidariedade, Daniela Santos de Almeida Brito, assessora e coordenadora geral pedagógica da Secretaria de Educação, Lídia Balsi.
Antonio Davanzo é administrador de empresas, especialista em estratégias de captação e gestão do 3º Setor, sócio-proprietário da Tmontec Consultoria e diretor de tecnologia do Centro de Dirigentes Lojistas (CDL) São Mateus.
Para mais informações, ligue:
4785-3588 – Núcleo de Convênios da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional
4785-3547 – Núcleo de Convênios da Secretaria de Educação