A Secretaria de Educação da Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes, através do Projeto Alimentação Escolar Diferenciada, atende 311 crianças com restrições alimentares em todas as escolas públicas do município. Desde setembro do ano passado, alunos que apresentam algum tipo de doença, como diabetes, hipertensão, insuficiência renal aguda ou alergias diversas, podem consumir a merenda escolar graças as adaptações feitas por nutricionistas da Prefeitura. Com este projeto, crianças que antes ficavam isoladas durante o horário do intervalo, por não poderem comer os mesmos alimentos que os seus colegas, agora estão mais integradas e, principalmente, bem-alimentadas, já que muitas delas são de famílias de baixa renda e a sua única refeição é feita na escola.
Adriano Silva Gomes, 10 anos, aluno do Centro Educacional para Deficientes Armando Vidigal, que fica no Jd. São Marcos, é uma das crianças contempladas pelo projeto. Portador da fenilcetonúria, uma doença que necessita de acompanhamento médico nutricional, bem como a realização de exames periódicos, caso contrário, pode causar deficiência mental irreversível; convulsões; problemas de pele, cabelo e urina, e até invalidez permanente, ficava sozinho na sala de aula e consumia apenas a tapioca que trazia de casa. Agora pode saborear outros alimentos, o que nunca tinha feito isso anteriormente, e ficar com os colegas na hora do intervalo.
Segundo Vanessa Ângelo Garcia, nutricionista do setor de alimentação escolar da Prefeitura e autora do projeto, o custo com a compra dos alimentos especiais estão dentro do orçamento. Além disso, para que o tratamento tenha bons resultados, os pais são orientados a dar continuidade ao trabalho desenvolvido na escola, em sua própria casa. Com isso, as crianças se adequam com mais facilidade ao cardápio e, em alguns casos, se recuperam rapidamente, já que determinadas doenças têm cura.
Há também uma grande preocupação com os estudantes diabéticos, hipertensos e obesos. Pensando neles, foi elaborada uma proposta de readequação alimentar utilizando os mesmos produtos existentes nas escolas, porém, a quantidade de cada um deles foi diminuída. Além disso, os alunos são orientados a consumir mais frutas, e os que têm insuficiência renal e são alérgicos, recebem uma dieta controlada.
No começo de cada ano letivo profissionais da educação promovem reuniões nas escolas para explicar o projeto para os pais. Assim, as crianças que apresentam indícios de determinada doença, são indicadas a fazerem exames de avaliação. Segundo Vanessa Ângelo Garcia, somente os alunos que levam atestado médico são atendidos, sendo que o documento tem de ser renovado anualmente. Ela também afirma que um dos aspectos mais importante dessa iniciativa é a garantia de atendimento que todas as crianças têm durante a fase escolar.
O projeto Alimentação Escolar Diferenciada foi apresentado no 1º Encontro Nacional de Experiências Inovadoras em Alimentação Escolar, que aconteceu em setembro do ano passado, em Brasília. No mesmo ano, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) visitou 256 projetos que se inscreveram para participar do evento e Embu das Artes ficou entre os 6 melhores, sendo considerado inovador e bem-sucedido.