Recepção da Comissão Julgadora foi uma aula de arte

27/09/2012 - 0:00
Recepção da Comissão Julgadora  foi uma aula de arte
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A
recepção da Comissão Julgadora do 28º Salão de Artes Plásticas, na manhã de
24/9, pela Comissão Organizadora e equipe da Secretaria de Cultura, acabou se
tornando um rico debate sobre conceitos e qualidade de artes de diferentes
categorias que na verdade foi uma autêntica aula de artes. A Comissão Julgadora
é formada pelos críticos de artes Renato Magalhães Gouveia, Luis Ernesto Kawal,
Juliana Monachesi, José Henrique Fabre Rolim e Jacob Klintowitz.

Ao abrir
a reunião, o secretário adjunto de Cultura, Erismar Silva, apresentou a
Comissão Julgadora, informando sobre a desistência do crítico Jacob Klintowitz
por problemas de saúde e contou um pouco da história do Salão de Artes, e da
sua retomada em 2010. Ele relatou o que a Comissão Organizadora discutiu sobre
o último Salão, sobretudo que no 27º Salão houve uma grande ênfase apenas na
Arte Contemporânea, e por isso a Comissão resolveu premiar, dessa vez, outras
categorias que também são praticadas no Brasil. Pois, segundo ele, “o Salão de
Artes tem uma importância histórica para a cidade. Foi quem deu identidade e
reconhecimento nacional a Embu das Artes”.

Para o
secretário de Turismo e interino de Cultura, Valdir Barbosa, a realização desse
Salão provocou uma reflexão  na Comissão Organizadora, no sentido de
realizar uma oxigenação dos artistas locais do que é produzido nas artes
nacionalmente. “Um dos objetivos era criar um mecanismo para que os artistas
locais comecem a criar parâmetros  de comparação com a Arte realizada em
nível nacional.”

Paulo
Dud, também integrante da Comissão, declarou que o importante desse 28º Salão é
o conceito do conteúdo e a qualidade das obras. Além de propor um diálogo entre
as diferentes categorias. Mas não descartou que através desse salão “O que a
gente busca é a nossa identidade”.

Veja
também as avaliações dos especialistas da Comissão Julgadora:

Renato
Magalhães Gouveia disse que atualmente, a arte está cada vez mais globalizada,
colocando as identidades nacionais em segundo plano. Por isso, ele elogiou a
decisão da Comissão Organizadora em premiar a categoria Naif que, segundo ele,
tem um grande apoio e público internacional: “Acho que dar espaço à Arte Naif
foi um salto ainda maior que o Salão Nacional de Embu das Artes realizou” –
declarou.

Luiz
Ernesto Kawal também elogiou esse fortalecimento da Arte Naif, por sua
identidade com o País e com a cidade: “Tudo o que se puder resgatar dessa arte
primitiva do Embu, embebida de seu histórico artesanato, é essencial para
resgatar a alma brasileira” – disse Kawal.

Outra das
organizadoras, a artista Tônia do Embu, declarou que o Salão de Artes do Embu
na verdade “é o pai de todos os outros salões nacionais”. Pois o primeiro foi
realizado em 1964, no qual ela mesma participou, sendo essencial por importar a
qualidade artística externa e levar a arte de Embu para todos os cantos,
inclusive internacional. Ela também elogiou a divisão em categorias que,
segundo a artista, é essencial para a inserção de outras linguagens, “pois há
uma juventude ávida em mostrar suas novas composições e linguagens atuais”. 

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