Na sexta-feira santa, 21/03, Assis de Embu completaria 76 anos. Em memória do escultor, um dos criadores da Feira de Embu das Artes, foi aberta a 2º Semana Assis de Embu, homenagem póstuma que já iniciou ao estilo do Mestre Assis: acolhedora, regional, simples e divertida.
“O evento tem como objetivo manter a memória de Assis viva. Deve ser em Embu, porque foi a terra escolhida por ele. Não gostava de sair da cidade, mesmo para viagens curtas. Ele sempre inventava que estava esperando alguém e teria que ficar”, lembrou o filho, Ubiratã Assis, organizador do evento.
Vitor Assis, o único filho do mestre que se tornou escultor declarou que “seu pai é uma estrela que mesmo após sua morte continuará brilhando pela sua trajetória. É importante que as pessoas olhem para esta estrela que foi a locomotiva para puxar o vagão do movimento cultural da cidade. Não fui só eu quem ficou órfão, mas todas as pessoas que conviveram com meu pai”.
As cadeiras do auditório do Centro Cultural foram ocupadas por rostos conhecidos da Feira de Embu das Artes, “órfãos” que aplaudiram calorosamente as diversas atrações culturais e se emocionaram ao ouvir o violinista de apenas 12 anos, Lucas Martins, e o Trio Harmonia, que se declararam honrados em homenagear o Mestre, tocando chorinho com a participação do violino que despertou olhares admirados. Neste mesmo dia, o Grupo Quinteto de Metais encheu o auditório com o som dos instrumentos de sopro.
No segundo dia do evento, as apresentações de dança cigana, dança do ventre e as modas de viola descontraídas da dupla Cristal e Diamante divertiram o público, que também cantou em coro MPBs com o músico e escultor Marciano.
Na platéia, os artistas plásticos Giglio e Mary Olinto disseram que “Embu cresceu com Assis e ele é o pai dos artesãos e de todos os artistas, sem ele o sobrenome ‘das Artes’ não seria atribuído à cidade”. Giglio, que é chileno, afirmou que todos os estrangeiros envolvidos com arte foram muito bem recebidos pelo Mestre Assis. “Cheguei com uma mochila nas costas e minha mulher grávida de três meses, era tudo o que eu tinha”, lembrando que Assis dizia “ Se você é bom, seu lugar é aqui”.
No encerramento do evento, a orquestra de violeiros de Taboão da Serra prestou suas homenagens em forma de som, das músicas “caipiras” que o artista embuense de coração tanto gostava.
Durante os três dias da 2º Semana Assis de Embu passaram pelo Centro Cultural Embu das Artes aproximadamente 200 pessoas. Entre os depoimentos deixados no livro de assinaturas, os que não diziam sentir saudade de Assis, diziam sentir prazer em conhecê-lo.