Tradição e diversão no Festival Japonês em Embu das Artes

23/06/2015 - 0:00
Tradição e diversão no Festival Japonês em Embu das Artes
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Foi realizada no sábado, 20/6, a cerimônia religiosa Aoba Matsuri, a Festa Verde, que faz parte da cultura oriental e comemora o verde, o respeito à natureza. A cerimônia, no Templo Dyoin, de Budismo Shingon, no Jardim Magali, foi conduzida pelo reverendo Tetsumyou Wake, com dois auxiliares. O monge japonês veio à cidade para as comemorações do Festival da Cultura Japonesa e dos 120 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil–Japão. As primeiras famílias nipônicas chegariam a Embu das Artes nos anos 1930, iniciando uma relação com a cidade e seus habitantes que ainda persiste.

A cerimônia no Templo Dyoin contou com a presença do secretário de Cultura, Alan Leão, do assessor de Saneamento, Recursos Hídricos e Resíduos Sólidos da Prefeitura, João Ramos, de seguidores da seita budista Shin Gon Shu, da família Nagata, entre outros. Ao término do culto, todos participaram da plantação de cerejeiras nas proximidades do templo e do almoço típico, com opções da cozinha brasileira. Sadao Nagata, Associação Embu-Hino, distribuiu a nova edição do livro Cultive a Vida, Shingon Shu, doutrina esotérica iniciada por Kobo-Daishi (774/835), monge budista, poeta e artista japonês, fundador da escola Shingon.

O reverendo trouxe do Japão o amuleto Kobo-Daishi, que protege contra doenças e acidentes, e presenteou a todos. Yuichi Ide e a esposa, Maria Emiko Ide, de Itatiba, SP, vieram para a cerimônia, pela primeira vez, e não se arrependeram. “Gostamos daqui e vamos voltar à cidade”.

Nô, o teatro do século 12

No domingo, 21/6, ainda como parte da programação do Festival da Cultura Japonesa, o grupo de artistas plásticos e atores apresentaram peça do Teatro Nô, tradição japonesa, e exposição de óleos sobre tela que traçam um perfil desse teatro. O Grupo Matsu é formado por Jun Ogasawara, Kenjiro Ikoma e Toshi Tanaka, descendentes de japoneses moradores da região. O público que compareceu ao Centro Cultural Mestre Assis viu e sentiu uma das mais profundas expressões artísticas do oriente, tão diferente da ocidental que parece transportar o espectador para um outro mundo.

O tradicional teatro japonês é uma das mais antigas expressões artísticas. Sua narrativa envolve deuses, guerreiros, espíritos errantes e também mulheres loucas. Os atores são contadores de histórias, que usam a aparência e os movimentos para sugerir o que está sendo narrado. A proposta do Teatro Nô é mostrar o máximo do significado com o mínimo de expressão. Esse gênero teatral surgiu a partir de antigas formas de dança e dramas apresentados em santuários e templos, entre os séculos 12 e 13. Foi grande sucesso, nos séculos 14 e 19, nas cerimônias da alta sociedade feudal japonesa.

Anime Fair neste domingo, 28/6

O Festival da Cultura Japonesa continua neste domingo, 28/6, das 10 às 18 horas, no Centro Cultural Mestre Assis do Embu (largo 21 de Abril, 29), com o evento Anime Fair, organizado pelo grupo formado por Leonel Andreoli e sua irmã, Gabriela, Renato Lima, Giulian Azrael e Michel Galiano, com idades entre 16 e 29 anos. O tema escolhido é Sakura Card Captors, que chegou ao Brasil há 15 anos.  O Anime Fair é evento de preferência de adolescentes e jovens, mas que costuma reunir famílias inteiras.

“Têm pais que vêm com os filhos porque curtiram a chegada do Dragon Quest ao Brasil em 1988, com o título de Fly, o Pequeno Guerreiro, ou das primeiras protagonistas femininas de animes, Guerreiras Mágicas de Rayearth, em 1989”, conta Leonel, que cuida dos últimos preparativos para o Anime Fair em Embu das Artes. Giulian, que também escreve “poesia gótico-renascentista” e já participou de eventos do gênero na cidade, explica que os primeiros quadrinhos japoneses chegaram ao Brasil no início dos anos 1960, mas o grande sucesso entre brasileiros ocorreu nos anos 1980.

PROGRAMAÇÃO

Além da programação no palco, durante todo o dia serão realizadas, nas salas do centro cultural, atividades de anime abertas ao público, como oficina de desenho; Furry World, que é a sala temática com participantes que se vestem como animais; Just Dance; Card Game e até Camarim Cosplay, espaço especialmente destinados aos participantes para trocarem de roupa e se produzirem para o Anime Fair. Veja, a seguir, os horários da programação no palco do Centro Cultural Mestre Assis:

10 às 13h – Animekê livre: karaokê de música japonesa, anime e cultura oriental

13 às 14h – palestra Conheça um Maid Café: tudo sobre o café temático, com doces, lanches, decorados com acessórios e roupas, que funciona no Japão em local fixo e no Brasil é montado em eventos Anime

14 às 15h – apresentação de dança – Grupo Bez Bebek, formado por Lina, da cidade, Lena, da Capital, e Lomah, de Cotia, que fará apresentação de dança do ventre, misturada aos ritmos k-pop e asian dance

15 às 16h30 – palestra Vida de Cosplayer, com Yuno-Chan, que dará dicas de onde comprar vestuário e equipamentos com melhores preços

16h30 às 18h – Desfile Cosplayer. Cerca de 30 pessoas costumam participar desse desfile, com inscrições na hora e premiação para os três primeiros colocados,  mais bem vestidos ou paramentados, na avaliação do júri.

Exposições Nikkei e Matsuo

Na Exposição Nikkei Arte e Craft, com curadoria de Paulo Dud, o artista Sussumo Harada expõe tótens feitos de dormentes e bijuterias, ao lado de pinturas e esculturas de:

Auro H. Okamura, Daniel Ryo  Shinozaki (1965/2010), Eduardo Kenji Takebayashi, Eiji Yajima, Eliana Tsuru, Getsusen Kobayashi, Graciela Ines Wazizaka Yamada, Hikoji Yamada, Hiromi, Iná Uehara, Isamu Araki, Kamori, Kasuhe Shizuru, Katsunori Nishio, Kenichi Kaneko, Milton Takada, Mitiko Aragaki, Sussumo Harada, Tomas Yoshio Makiyama, Toyota, Vilma Kano, Yasuichi Kojimo, Yoshiaki Yatsunami. Já a mostra do Grupo Matsu, integrado por Jun Ogasawara, Kenjiro Ikoma e Toshi Tanaka, contém óleos sobre tela que retratam as diversas fases do  teatro Nô.

Visite diariamente, das 8 às 18h, no Centro Cultural Mestre Assis (largo 21 de Abril, 29).

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