Vigilância Epidemiológica intensifica prevenção à Dengue

09/04/2007 - 0:00
Vigilância Epidemiológica intensifica prevenção à Dengue
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O ano de 2007 começou com vistorias contínuas da equipe de agentes da saúde da Prefeitura de Embu à região do Jardim Casa Branca, São Luiz e Santa Tereza, bairros que fazem divisa com Taboão da Serra e São Paulo, onde foram detectados casos de dengue nos meses de abril e maio de 2006. Á época foram confirmados 282 casos de dengue, 242 autoctones, ou seja, adquiridas no próprio município. Os demais casos foram importadas por pessoas que viajaram para áreas em estado de epidemia e contraíram a doença. Segundo a Vigilância Epidemiológica a epidemia foi controlada com ações da prefeitura no local, como distribuição de panfletos educativos, saquinhos de areia para vasos, visita a residências à procura de novos focos, limpeza de cemitérios e terrenos baldios, colocação de telas em caixas d´água, utilização de larvicidas e palestras.

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no país. Até outubro de 2006, o país teve 61 mortes em 279 mil casos confirmados de Dengue. O Estado de São Paulo confirmou 42.500 casos e seis óbitos. A Região Metropolitana de São Paulo teve 1.862 casos confirmados.

O trabalho dos agentes de Embu das Artes na identificação e eliminação de criadouros e orientação à população é permanente. O Programa Estadual de Controle da Dengue prevê que cada imóvel da área atingida deve receber quatro visitar anuais da vigilância. Em 2006, eles visitaram 40 mil imóveis de janeiro a outubro do ano passado. Cerca de 16.500 estavam fechados ou recusaram a visita, sendo 25 mil efetivamente vistoriados. Nestes, foram encontrados 625 focos positivos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue. Por isso, prossegue o trabalho de vedação das caixas d´água, principal tipo de criadouro do mosquito no município. Também está sendo programado um Dia Municipal de Combate à Dengue, para o início de março.

E no final do mês de janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias, da Secretaria Estadual de Saúde, começa a realizar pesquisa para determinar o índice Bretau, uma exigência do Programa Nacional de Controle à Dengue, que determina o índice de infestação do município pelo mosquito da dengue. O nível um é considerado tolerável e após isso há risco de epidemia. O índice Bretau será pesquisado na região que compreende os bairros do Jardim São Luiz, Castilho, Casa Branca, Santa Tereza, São Marcos, Santo Eduardo, Santa Emília, Dom José, Jardim da Luz, Jardim Ângela, Santa Rita até o Valo Velho.

A doença
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.

O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.

Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.

Como ocorre a transmissão
A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti que, após um período de 10 a 14 dias, contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias.

Temperatura – A transmissão da doença raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É importante lembrar que os ovos que carregam esse embrião podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito. Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o aedes demora em média dez dias.
Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois deste acasalamento, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.

O Mosquito Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça.

Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a fêmea do Aedes voa até mil metros de distância de seus ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do mosquito é maior do que os especialistas acreditavam. Até então, eles sabiam que o Aedes só se distanciava cem metros.

Sintomas
Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias. O intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É depois desse período que os sintomas aparecem:

Dengue Clássica: Febre alta com início súbito; Forte dor de cabeça; Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos; Perda do paladar e apetite; Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores; Náuseas e vômitos; Tonturas; Extremo cansaço; Moleza e dor no corpo; Muitas dores nos ossos e articulações.

Dengue hemorrágica: Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:" Dores abdominais fortes e contínuas. Vômitos persistentes ; Pele pálida, fria e úmida; Sangramento pelo nariz, boca e gengivas; Manchas vermelhas na pele; Sonolência, agitação e confusão mental; Sede excessiva e boca seca; Pulso rápido e fraco; Dificuldade respiratória; Perda de consciência.
Na dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. O objetivo do Ministério é que esse número seja reduzido a menos de 1%.

Tratamento
Ao ser observado o primeiro sintoma, deve-se buscar orientação médica no posto de saúde mais próximo. As pessoas que já contraíram a forma clássica da doença devem procurar, imediatamente, atendimento médico em caso de reaparecimento dos sintomas agravados com os sinais de alerta, pois correm o risco de estar com dengue hemorrágica, que é o tipo mais grave. Todo tratamento só deve ser feito sob orientação médica.
 
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Embu e Ministério da Saúde

Mais informações, ligue Vigilância Epidemiológica: 4785-3540/ 4785-3541; Vigilância Sanitária – 4785-3542 e 4785-3543; Ouvidoria da Saúde: 4785-3530 e 4241-6998 ou Disque Serviços da Prefeitura: 0800-7730005

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