“Meu nome é Água, mas pode me chamar de vida”, lia-se num cartaz na Escola Municipal Jequitibá, no Jardim Pinheirinho, em Embu. A escola – junto com as também municipais Marajoara, Jossei Toda e Maria Imaculata – formou um dos 16 núcleos envolvidos nas atividades do Dia Mundial da Água (22 de março). Promovida pela prefeitura por meio da Secretaria de Meio Ambiente desde o dia 18, a programação incluiu vídeos temáticos, debates, caminhadas monitoradas, apresentações e exposição de trabalhos feitos em escolas municipais e estaduais.
No pátio da escola tomado por crianças e adultos, “Água” virou nome próprio, como que refletindo a sua importância. Tratada como estrela, ela ganhou apresentações musicais e até um rap. Porém, os maus tratos à água deram um tom sombrio ao que deveria ser uma celebração à vida. A professora Fátima Lemos enfatizou: “este não é um momento de comemoração, mas de conscientização”.
Numa sala de projeção improvisada, alunos da E.M. Inês Cardoso da Silva, no Jardim Casa Branca, junto de pais, mães e professores assistiram ao filme H2O e debateram questões. O pequeno Matheus A. dos S. Martins, 7 anos, pediu ao pai que viesse. Atento, o senhor Paulo Aparecido Martins ficou impressionado com “a quantidade de água que a gente desperdiça”.
As imagens foram reforçadas por dados. Segundo o diretor da E.M. Sueli Maria Hipólito, João Batista Freitas, escovar os dentes com torneira aberta por cinco minutos desperdiça 80 litros de água; lavar o rosto do mesmo jeito por um minuto: 16 litros, e um banho de chuveiro por 15 minutos joga fora 144 litros. “Imagine o planeta inteiro quanto gasta?!”, questionou.
Segmentos sociais unidos na mesma causa
O encerramento das atividades foi realizado no Dia Mundial da Água, no Parque do Lago Francisco Rizzo. Crianças, jovens e adultos participantes puderam expor seus trabalhos realizados ao longo da semana e também relatar suas experiências sobre o tema. Segundo o secretário de Meio Ambiente, João Ramos, agindo localmente não se pode salvar o mundo, nem a Amazônia, mas sim, empenhar-se cada vez mais para salvar a nossa linda Embu das Artes. Para o chefe de Gabinete, Prefeito, tudo que gira em torno da vida é causa de todos. "Durante muito tempo a água foi tratada como um recurso inesgotável, mas hoje em dia já podemos sentir as conseqüências pelo uso irracional que fazemos", alertou.
Os trabalhos foram manifestados das mais diferente formas: dança, vídeo, poesia. Dentre elas, destaque para o rap feito pelos garotos da Biblioteca Zuma Luma que agitou o público. Alguns núcleos foram além da pesquisa de campo. Chegaram até a formatar projetos para a cidade, como a construção de uma praça no bairro Itatuba, zona rural da cidade, para que a população possa ter um espaço de lazer e, ao mesmo tempo, conviver em harmonia com o rio, infelizmente, poluído.
Prestigiaram o evento, o secretário Dr. Jorge Harada, os vereadores Maria das Graças e professor Silvino, Leandro Dolenk, presidente da Sociedade Ecológica Amigos de Embu, César Pegoraro (SOS Mata Atlântica), Flávio Colaquecez (Sabesp), representantes do TEIA-UPS – Laboratório de Educação, Cultura e Ambiente, o diretor da Divtran, Paulo Oliveira, Sadao Nagata, do Sindicato Rural de São Paulo, representantes de entidades, além de alunos e educadores das escolas municipais e estaduais do município.
Durante cinco dias, as discussões a respeito da água mexeram com o público. Douglas V. de Souza, 8 anos, aluno da 2ª série da E.M. Inês C. da Silva mostrou-se preocupado: “se a gente continuar a gastar água como hoje, amanhã ou depois não teremos para beber. Nosso corpo é formado 70% por água. Qual vai ser o nosso destino?” Será alguém capaz de responder?