O gesto habitual de pegar uma sacolinha plástica para levar produtos comprados seja num micro ou hipermercado, na lojinha do bairro ou na megastore pode ser mantido, desde que seja repensado. Se as pessoas continuarem a utilizar a sacolinha de forma irracional, sem controle, o hábito será coisa do passado porque o plástico deixará de existir.
Afinal, o plástico é o grande vilão do meio ambiente? Especialistas se juntaram a representantes do governo e do legislativo municipal de Embu das Artes para discutir o assunto e apresentar soluções que conciliem desenvolvimento com preservação ambiental. O Seminário Uso de Sacolas Plásticas e Responsabilidade Ambiental atraiu um ótimo público ao plenário Mestre Gama da Câmara Municipal na fria noite de terça-feira, 2/6. O evento integrou as atividades da 8ª Semana do Meio Ambiente de Embu das Artes, que prossegue até o dia 6, com o Seminário Criação e Implantação do Parque da Cidade na Várzea do Embu-Mirim, no Parque do Lago Francisco Rizzo.
“O plástico não é o vilão da história. Primeiro porque ele é retornável”, observou o secretário de Meio Ambiente João Ramos. Segundo ele, o Governo Municipal vê a possibilidade de doar banners já utilizados para entidades fazerem sacolas, incentivando usos diversos para produtos reaproveitáveis.
Defensor do plástico e seu profundo conhecedor, o Prof. Dr. Antônio da Silva Curvelo, do Departamento de Físico-Química e do Centro de Divulgação Científico-Cultural da USP São Carlos, assinala que o fácil manuseio e a diversificação do uso do plástico são algumas de suas qualidades, mas um problema é utilizá-lo para embalar o lixo. Portanto, devemos “reduzir o consumo em todo e qualquer aspecto, usar menos materiais que podem agredir o meio ambiente, reutilizar e reciclar”, salientou o pesquisador.
Através do Programa de Qualidade e Consumo Responsável, o Instituto Nacional do Plástico (INP) está implantando no varejo o uso de sacolas plásticas mais resistentes. Grupos varejistas como Pão de Açúcar e Carrefour já estão adotando sacolas com capacidade para 5, 6 e 7 quilos. Paulo Dacolina, diretor superintendente da entidade afirmou que a indústria considera “muito elevado o consumo de sacolas e falta qualidade no produto”. Segundo ele, é possível reduzir o consumo em 30%, por meio da reutilização, de maior conscientização da população e dos supermercados envolvidos, que são as bases do programa do INP. “Catalogamos quarenta e cinco reutilizações para as sacolinhas plásticas e ao final é preciso que sejam encaminhadas à coleta seletiva”, ponderou.
Embu está iniciando o uso das sacolas plásticas mais resistentes através da unidade dos Supermercados Compre Bem, do Grupo Pão de Açúcar. Antonio Carlos Gomes Fonseca, gerente da loja, enfatiza que “a sacola é ecologicamente correta, o que precisamos é saber usá-la”.
De acordo com a vereadora Maria Cleuza Gomes, a Ná, uma das principais articuladoras do seminário em conjunto com o Governo Municipal de Embu das Artes por meio da Secretaria de Meio Ambiente, “o tema é polêmico e a discussão é muito importante na luta pelo desenvolvimento sustentável”. O evento teve a participação do presidente da Câmara Silvino Bomfim Filho, dos vereadores Didi e João Leite, do ex-prefeito Prefeito e foi mediado pelo secretário adjunto de Governo, Paulo Petronilho.
Confira a Programação da 8ª Semana do Meio Ambiente
