Medida facilitará o diagnóstico de cada área para a construção de políticas públicas mais efetivas
Embu das Arte cresceu extraordinariamente nos últimos cinqüenta anos, saltando de 5 mil habitantes, em 1960, para 250 mil em 2009. Esse crescimento desordenado resultou em uma cidade sem infraestrutura planejada. Trabalhando desde 2001 para mudar essa realidade, o Governo da Cidade de Embu das Artes, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, com auxílio das Secretarias de Saúde e Participação Cidadã, desenvolveu uma nova divisão administrativa do território da cidade, a fim de facilitar a construção de políticas públicas em diversas áreas, como saúde, educação e saneamento, que ofereçam mais qualidade ambiental de vida urbana aos moradores. Embu passa a ter 112 bairros e 20 unidades administrativas – formadas por um conjunto de bairros –, que também serão utilizadas para compor as regiões do Orçamento Participativo.
O trabalho teve a coordenação do geógrafo Sérgio Frazão Helene e levou cerca de quatro meses para ficar pronto. Segundo ele, o projeto está previsto na Constituição de 88 e no Plano Diretor de Embu, que será revisado em 2010. “Levamos em consideração critérios físico-naturais e socioeconômicos” – afirma. A pesquisa também foi baseada em dados da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A. (Emplasa), Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que recebeu recentemente informações atualizadas sobre o município para a realização do Censo 2010.
A Prefeitura de Embu informará todas as prestadoras de serviço (Eletropaulo, Sabesp, Correios e Telefônica) sobre a mudança, pois com a nova organização da cidade, em alguns casos, as ruas passaram a pertencer a um bairro já existente ou formado a partir da nova organização. A população não terá de fazer nenhum procedimento.
Sessenta por cento da população de Embu está concentrada na região leste do município, em locais abastecidos de infraestrutura próximos à periferia da zona sul de São Paulo. Os bairros Santa Tereza, Santo Eduardo, Santa Emília e Parque Pirajuçara foram os que sofreram os maiores impactos de ocupação urbana, além da região central do município.
Quem mora em áreas mais próximas à capital paulista do que ao Centro Histórico, acha que vive em São Paulo, mas não é verdade. Esse é um dos pontos que também deverá ser trabalhado para criar no cidadão o sentimento de pertencer ao município, mesmo naqueles que estudam ou trabalham fora de Embu.
Do outro lado da cidade, a zona oeste preserva características heterogêneas, sendo composta por condomínios fechados de lato padrão e residências de médio e baixo padrão de construção, além de áreas com produções agrícolas. Nela, está inserida a Área de Proteção Ambiental (APA), que ocupa 16 km², possui 14 mil habitantes e conta com mananciais e fragmentos de Mata Atlântica, compreendendo parte da bacia do Rio Cotia, além de fazer parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo – reconhecida pela Unesco.
Com a nova territorialização, o Governo de Embu passa a ter dados mais consistes para oferecer serviços públicos de acordo com a realidade populacional de cada bairro, diminuindo as disparidades sociais.