Caravana da Luta Antimanicomial e Direitos Humanos discute política de saúde mental, álcool e outras drogas

01/08/2019 - 11:01
Caravana da Luta Antimanicomial e Direitos Humanos discute política de saúde mental, álcool e outras drogas
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Embu das Artes recebeu na terça-feira, 30 de julho, a Caravana da Luta Antimanicomial e Direitos Humanos – por uma sociedade sem manicômios, edição região dos mananciais. Organizado pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP-SP), em conjunto com a Frente Estadual Antimanicomial de São Paulo, o evento realizado no Centro Cultural Mestre Assis do Embu teve como proposta discutir a política de saúde mental, álcool e outras drogas no contexto atual, garantindo um posicionamento político em defesa da saúde mental antimanicomial.

Fernanda Zanetti Cinalli Giovanetti, membra do Núcleo de Saúde do CRP-SP e doutoranda em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) mediou os debates. Ela também atua como psicóloga na Prefeitura de Embu das Artes. O posicionamento do Núcleo de Saúde/CRP-SP é de defesa da política de redução de danos, do fortalecimento de estratégias e da Reforma Psiquiátrica.

Flávia Ferreira, coordenadora de programas de saúde da Secretaria de Saúde de Embu das Artes, reafirmou o compromisso da pasta com o fortalecimento da rede de saúde mental. Mario Alexandre Moro, militante nacional da luta antimanicomial, frisou a importância do tratamento humanitário. Tema também defendido por usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que aprovam o trabalho desenvolvido pelo equipamento e também são contrários à internação. Um deles disse: “Graças ao CAPS, eu tenho uma vida de liberdade”.

Segundo Moacyr Miniussi Bertolino Neto, integrante da Frente Estadual Antimanicomial São Paulo, doutor em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP) e, atualmente, gerente de hotel social para pessoas em situação de rua e usuários de crack, a luta antimanicomial é um projeto de sociedade e não tem a ver somente com serviços de saúde mental. “Queremos uma sociedade justa e democrática. Hoje, temos uma sociedade opressora, onde o capital segrega as pessoas. É uma sociedade que finge que existe uma meritocracia” – avaliou.

Ele alertou ainda para algumas mudanças que vêm sendo propostas, como a volta do eletrochoque e o desmonte de conselhos profissionais. Se concretizadas, vão fragilizar todo o sistema de proteção à sociedade, pois um profissional antiético ou com formação precária poderá atuar livremente sem ser fiscalizado e punido.

O evento contou ainda com intervenções artísticas de Rai, Karina, Luís e o bebê Dylan (artistas da cidade e também participantes do Centro de Convivência Conviver de Embu das Artes), exibição do filme Hospital da Alegria, produzido pela Oficina Experimental de Cinema do CECO de Taboão da Serra e apresentação da Oficina de Violão do Conviver. Diversos trabalhadores, gestores e usuários da rede de saúde mental de toda a região prestigiaram o encontro.

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