Forúm discute leishmaniose dia 22/6

14/06/2007 - 0:00
Forúm discute leishmaniose dia 22/6
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A troca de conhecimentos e informações na área da saúde são fundamentais para o exercício da profissão. O Fórum Municipal de Leishmaniose Visceral Americana do Município de Embu tem este objetivo e contará com palestrantes da Secretaria Estadual de Saúde, coordenadores da Vigilância em Saúde dos municípios de Embu, Cotia, Itapecerica da Serra e Taboão da Serra, além de representantes de universidades paulistas .

> Programação do Fórum

Leishmaniose pode atacar caes e humanos
A Prefeitura de Embu, por meio da Vigilância em Saúde, está coletando sangue de todos os cães que vivem numa das regiões mais verdes do município – Itatuba, Capuava, Ressaca e Tomé. Motivo: de 2003 a 2006 foram identificados na região 550 cães com a doença Leishmaniose Visceral ou Calazar, uma doença infecciosa que afeta animais silvestres (raposas, gambás, ratos), cães e o homem. O município não registrou nenhum caso em humanos. A doença é transmitida pela picada de um mosquito Flebótomo, também conhecido como mosquito palha, birigui ou cangalhinha.

O mosquito é pequeno, coberto de pêlos e de coloração clara (cor de palha), é facilmente reconhecido por voar em pequenos saltos e pousar com as asas entreabertas e ligeiramente levantadas. Ele vive, preferencialmente, ao nível do solo, próximo à vegetação, sobre folhas em decomposição, raízes de árvores, troncos e tocas de animais. Gosta de lugares com pouca luz, úmidos, sem vento e que tenham alimento por perto. O mosquito também pode ser encontrado em galinheiros, chiqueiros, canil, paiol, inclusive dentro de casa.

A doença está presente nas Américas, Europa, Oriente Médio, África e Ásia. Na América Latina, a leishmaniose visceral já foi descrita em pelo menos 12 países, com 90% dos casos humanos concentrados no Brasil, onde as condições higiênico-sanitárias contribuem para a reprodução do mosquito e a disseminação da doença.

 

A Leishmaniose
A leishmaniose visceral é uma doença parasitária  grave que afeta cães e humanos. Ela é causada por um protozoário e transmitida por um mosquito da família dos flebótomos. A doença está se espalhando pelo Brasil, atingindo novas áreas a cada dia.

 

A transmissao
Os principais reservatórios (hospedeiros) do parasita na mata são o rato silvestre, o tatu, a capivara e o gambá. Próximo da mata e ao redor das casas, os principais são o cão e o cavalo. Quando a fêmea suga o sangue de um animal contaminado, ela ingere o parasita com o sangue. Ao picar outro animal ou o homem, ela passa o parasita através da saliva.

Ciclo epidemiológico da leishmaniose visceral.
• Formas infectantes da Leishmania sp são fagocitadas por células do sistema mononuclear fagocitário.
• No interior dos macrófagos elas diferenciam-se em formas amastigotas, que se multiplicam intensamente.
• Macrófagos rompem-se liberando estas formas, que são fagocitadas por novos macrófagos 7.
• Vetores ingerem formas amastigotas.
• Estas sofrem divisão e diferenciam-se em formas promastigotas.
• Formas promastigotas tornam-se infectantes.

Sintomas e tratamento
A evolução da doença no cão é lenta e não existe tratamento, sendo fatal. A doença provoca emagrecimento, apatia, queda do pelo, febre irregular, conjuntivite (lacrimejamento), fezes com sangue, crescimento exagerado das unhas, descamação e feridas na pele, focinho, orelha, cauda e patas traseiras. Também podem não apresentar nenhum dos sintomas e ser transmissores da doença quando picados pelo mosquito palha.

Em caso de dúvida, procure um veterinário de sua confiança e o serviço de vigilância em saúde do nosso município.

No caso do homem é bastante diferente: a leishmaniose tem cura, se diagnosticada precocemente. A qualquer dos sintomas, a orientação é procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa e não tomar medicamentos por conta própria. Existe tratamento específico para a doença, que deve ser administrado após a comprovação da presença do parasita no sangue ou em outro material retirado do corpo. O parasita multiplica-se provocando febre constante, perda de apetite, palidez, emagrecimento, aumento do baço e fígado. Podem ocorrer sangramentos, tosse seca e sinais de bronquite, inchaços nos membros e na face e cílios alongados.

Não há ainda um vacina eficaz para proteger o homem e os animais contra a leishmaniose. Até o momento, o controle dos moquistos transmissores da leishmaniose é a melhor opção na luta contra a doença. Isto pode ser feito através do uso de inseticidas nos domicílios e arredores e utilizando-se inseticidas ou repelentes nos cães, com ação comprovada contra o mosquito.

Leishmaniose no Brasil
Em 2006, foram registrados 3.396 novos casos de leishmaniose humana, com 255 óbitos no país. Os estados  onde a doença está mais presente são os do Nordeste (75% dos casos), mas a doença progrediu e atinge níveis significativos em Minas Gerais, São Paulo e regiões Norte e Centro-Oeste. São Paulo registrou 253 casos humanos em 2006, com 15 óbitos. Estima-se que para cada caso humano, há uma média de 200 cães infectados.

Medidas de prevencao
• Manter a casa arejada e sem acúmulo de materiais inúteis
• Colocar telas em portas e janelas
• Manter o quintal sempre limpo, com poda de árvores e arbustos, capina e varrição
• Não criar em área urbana, porcos, galinhas e outros animais
• Recolher todo dia as fezes de animais do quintal, jardim ou gramado. Não deixar lixo, tronco podre, folhas, restos de madeira no quintal
• Não jogar lixo em terrenos baldios
• Manter os animais dentro das residências no período de maior atividade do mosquito – uma hora após o crepúsculo até aproximadamente às 23h
• Recomenda-se o uso de produtos com efeitos repelente e inseticida (até hoje, a substância Deltametrina é a droga mais indicada para combater o mosquito)

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