Japoneses mostram beleza brasileira no Mestre Assis

13/06/2016 - 0:00
Japoneses mostram beleza brasileira no Mestre Assis
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Exposição reúne 35 trabalhos de pintura e cerâmica até 24 de junho. Festival vai até dia 26/6, com 3ª Edição do Anime Fair Embu

Aberta ao público, a 8ª Exposição Coletiva Nikkei Art & Craft homenageia o artista plástico Yugi Tamaki, do Grupo Seibi, que reunia artistas de origem japonesa, muitos deles trabalhadores em atividades agrícolas no interior paulista. O Grupo Seibi foi criado em março de 1935, com o objetivo de facilitar a troca de experiências entre seus integrantes, promover o seu aperfeiçoamento técnico e dar maior visibilidade à sua produção. Também conhecido como Seibikai, o grupo era composto por Tomoo Handa, Walter Shigeto Tanaka, Kichizaemon Takahashi, Masato Aki, IwaKichi Yamamoto, Yoshiya Takaoka e Yugi Tamaki.

A mostra pode ser apreciada no Centro Cultural Mestre Assis até 24 de junho e reúne 13 trabalhos de pintura e 22 de cerâmica, dentro da programação do Festival de Cultura Japonesa de Embu das Artes, uma realização da Prefeitura da cidade, por meio da Secretaria de Cultura, em parceria com o Sindicato dos Químicos, Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e curadoria de Paulo Dud. Agradecimento especial ao sr. Yasuichi Kogima e sra. Yoshino Mabe, que disponibilizaram acervo para a exposição. Entrada gratuita.

“Os artistas japoneses que fizeram parte do Grupo Seibi não retratavam a cultura japonesa, eles pintavam a beleza brasileira”, disse Ken Kaneko, artista plástico que fez parte do Grupo Seibi e está na exposição da sala Josefina Azteca. Ator e artista plástico, Kenichi Kaneko participou de novelas na TV Globo, TV Bandeirantes, TV Cultura, também faz Teatro e Cinema e participou da 7ª e 9 Bienal Internacional de São Paulo. 

Hoje com 81 anos, o pintor chegou ao Brasil em 1960 para trabalhar na lavoura, época em que o grupo era muito forte com nomes de expressão, como Manabu Mabe (1924 – 1997), Tikashi Fukushima (1920 – 2001), Tomie Ohtake (1913-2015), entre outros. Segundo ele, a mostra reúne artistas japoneses ou descendentes “que têm a arte brasileira no sangue”. Kanebo começou a pintar no Brasil mas formou-se pela Escola de Belas Artes “Chuô Bijutu Gakuem”, Tóquio, Japão. Produz pinturas, gravuras e desenhos.

Representando Embu das Artes na exposição, estão Hiromi, Takebaiashi e Milton Takada (Itapecerica da Serra).

Ceramistas

Expostas na Sala Jaldo Jones, as cerâmicas constituem beleza à parte e cada peça tem uma técnica, uma história e uma finalização diferente. De alta temperatura, todas as peças são queimadas entre 1.000 e 1.500 graus, o que garante resultados inusitados e muitas vezes surpreendentes para os próprios autores das peças.

Miki Iryo Ogura que organizou a mostra junto com Kenjiro Okoma é apaixonada por corujas, gatos e tartarugas que normalmente representa em seus trabalhos. Ela conta que já deixou de vender o tótem de corujas, presente na exposição, “porque quando a você faz a peça você estava com aquele espírito e ele não volta”. Ela tem mais de 100 corujas em sua coleção.

“É o trajeto do fogo pelo forno que dá os detalhes”, explica Cristina Rocha. Suas peças vão para o forno sem esmalte e a cinza da própria queima em madeira vai sendo impregnada na peça, resultando em detalhes antes não imaginados.

Lica Cruz usa a técnica do Raku, técnica japonesa antiga, que realiza quase uma cerimônia para a retirada das peças do forno que queima a mil graus. “Eu retiro, coloco na serragem que carboniza e depois coloco na água fria para o choque térmico – nunca sei o que vai dar. É emocionante”, afirma.

Artistas participantes do Grupo Seibi: Tomoo Handa, Kichizaemon  Takahashi, Tikashi Fukushima, Manabu Mabe. Waler Shiguero Tanaka, Massao Okinaka,Teiti Suzuki, asuri Tsuchimoto, Wakabayasashi, Masumi Tsuchimoto,  Yoshida Takaoka e Yugi Tamaki.

Artistas convidados de Embu das Artes, São Paulo e região: Eiji Yagima, Sussumo Harada, Ken Kaneko, Toyota, Mitiko Aragaki, Auro Okamura, Getsusem Kobasyashi, Nichio, Graziela Wakizaka, Hiromi,Takebaiashi, Kamori, Milton Takada, Yugo Mabe,  Yasuichi Kogima e Moriyo Kogima.  

Artistas in memorian: Iwao Nakagima, Daniel Ryoe o terracotista Mestre Sakai do Embu.

Ceramistas participantes: Akemi Nawa, Alejandra Nawa, Andrea Consentino, Cristina Rocha, Eliana Kanki, Fontoura & Kiehl, Ismael Muller, Iweth Kusano, Jani Aki, Jane Heinrich, Kanako Ida, Kenjiro Okoma, Oficina Lica Cruz e alunos, Mari Antonacio, Massaco Koga, Miki Iryo Ogura, Olga Ishida, Olicia Capacci, Rafael Daí Izumi, Shugo Izumi, Sonia Boagaz e Vitoria Chu.

Além da 3ª Edição do Anime Fair Embu, com a cultura dos cosplays que atraem milhares de jovens no mundo todo, o Festival de Cultura Japonesa traz uma novidade: dois seminários – Educação Ambiental e Educação e Inclusão Social. Dias 18 e 19, mostra e venda de cerâmicas e lançamento de livro sobre O Caminho do Peabiru, de Susumo Harada. 

Participaram da abertura, os secretários Alan dos Reis (Cultura), Valdir Barbosa (Assuntos Estratégico), a secretária adjunta Rita de Biaggio (Comunicação) e Yasuyuki Hirasaki, presidente da Associação Embu-Hino, além de artistas da cidade, como o escultor Jofe dos Santos.

Clique aqui e confira a programação e participe

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