Palestra ensina a mulher a identificar relação abusiva

31/03/2016 - 0:00
Palestra ensina a mulher a identificar relação abusiva
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A penúlltima palestra do Mês da Mulher, organizado pela Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, através do Centro de Referência da Mulher (CRM), aconteceu no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Jd. Casa Branca dia 30/3. O tema “Identificando uma relação abusiva” foi procurado por mais de 70 pessoas. Entre as mulheres, a grande maioria, estavam alguns homens, também interessados no assunto. 

A palestra foi ministrada pela assistente social Elaine Cristina Ortega, que fez uma introdução histórica para que se entendesse o papel da mulher na sociedade e como surgiu o Dia Internacional da Mulher: “Infelizmente muitas mulheres morreram para que hoje  tenhamos nossos direitos ao trabalho, à educação e à vida livre”, disse a assistente social.

Elaine lembrou que, muitas vezes, o preconceito é instaurado dentro de nossas próprias casas, quando os pais repreendem o menino por brincar de boneca ou a menina a jogar bola: “A manutenção da casa, o cuidado com os filhos, tudo isso é obrigação do casal, não há razão para delegar tudo isso apenas à mulher. Quando o filho vê o pai com essas atitudes, de não auxiliar em casa, e ainda é tolhido do direito de brincar com uma boneca por ser ‘coisa de menina’, ele irá reproduzir esses hábitos na vida adulta”, explicou.

A violência em fases

A violência contra a mulher acontece em fases que se repetem quando a mulher não busca auxílio (procurando o CRM, por exemplo). A primeira é o momento de tensão (quando o abusador começa por ficar irritado, deixa de haver comunicação, a tensão vai aumentando e o abuso pode iniciar-se). Em seguida, vem a explosão da violência (o abusador parte para o ato de agressão), e por último, há a fase chamada lua-de-mel (o abusador pede desculpa, faz promessas, culpa a vítima por ser causa do abuso e tenta desvalorizar a situação). “A mulher deve ficar atenta aos sinais que o agressor emite antes de partir efetivamente para a agressão física. Xingar, mandar calar a boca, ter um ciúme desmedido, impedir de trabalhar ou estudar não são atitudes toleráveis, por exemplo”, alertou.

Além da violência física, há também outros tipos de abusos:
Abuso Financeiro: quando o agressor impede a mulher de ter acesso ao dinheiro, ou quando tem, quer saber tudo o que foi feito com o dinheiro. Proíbe a mulher de trabalhar para que ela não tenha o próprio dinheiro, ou ainda ‘confisca’ todo o dinheiro caso ela trabalhe;

Abuso Emocional: quando a mulher sente medo do parceiro, de estar sozinha com ele, teme a hora da chegada do marido ou companheiro a casa após o trabalho, pois não sabe como estará o humor do homem, há chantagem emocional por parte do agressor e agressões verbais;

Abuso Sexual: forçar a relação sexual, querer manter relação sem preservativo, abraços e beijos à força;

Abuso Digital: quando a mulher é difamada ou tem sua conta nas redes sociais ‘furtada’.

“Já passei por isso no passado. Hoje estou divorciada do meu ex-marido, mas é uma vida que não desejo para ninguém, sofrer agressão física todos os dias. Parece uma sina, mas hoje uma das minhas filhas está sofrendo isso, já foi até jurada de morte se denunciar o companheiro. Vou fazer de tudo para ela procurar o CRM”, disse L.R., 54 anos, separada do agressor há 24 anos.

O Mês da Mulher se encerra amanhã, 31/3, às 9h,  com a palestra “Técnicas de Defesa Pessoal” no CRAS D. José, rua Ouro Preto, 481.

 

Fonte: Wikipedia

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