O prefeito Prefeito, junto com o ex-presidente Lula e demais autoridades, foi no sábado (20/12) a Taboão da Serra para o evento de inauguração do primeiro conjunto habitacional do programa “Minha Casa, Minha Vida Entidades”, cujo projeto e obra foram geridos por movimentos sociais.
A experiência inédita no País, sob a supervisão do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pela Associação Esperança de Um Novo Milênio, apresenta as maiores e melhores unidades já construídas pelo programa, com área entre 51 e 60m², de 2 ou 3 dormitórios, e que possuem terraço.
O Condomínio João Cândido, no Jd. Salete, com 192 apartamentos, é dividido em três blocos com prédios de sete andares. Dez unidades são destinadas a portadores de deficiência física. Tem elevador, playground, salão de festas e 64 vagas de garagem. O custo de cada moradia foi de R$ 96 mil, com recursos do Governo Federal e parte do programa Casa Paulista, totalizando o investimento de R$ 20 milhões.
“Esse empreendimento só foi possível graças ao Minha Casa, Minha Vida e a prestação não ultrapassará R$ 80 por mês. Se não fossem estas condições, 95% dos companheiros não teriam como receber as chaves. É fruto de muita luta sob sol, chuva e reivindicações. Valorizem essa conquista e que seja um exemplo concreto de que a luta vale a pena”, disse o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, defendendo a ampliação da experiência.
No palco, Prefeito chamou Lula e, ao seu lado, lembrou que o ex-presidente semeou o bem-estar do povo brasileiro, com projetos como o Minha Casa, Minha Vida, o Luz para Todos, a instalação de cisternas no sertão, entre outros, transformando o que era o sonho de um povo em política de estado.
“Apartamentos com essa qualidade só poderiam ser resultado de uma luta organizada! As famílias terão um local seguro para se acolherem. A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES têm que continuar investindo na área social. Contem com meu apoio, pois o meu lado, é o lado do povo”, concluiu o prefeito, entregando a Lula um exemplar da revista do PPA do Conisud e um quadro artístico embuense.
“Voltei no tempo!”, disse Lula, referindo-se ao período remoto que morou precariamente em casas pequenas. Em uma delas, um único banheiro servia a 27 pessoas. Isso ocorreu antes de se mudar para uma residência um pouco maior, com 33m², no ABC Paulista, já com quatro filhos e como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. “Entrei nesses apartamentos de 60m² e fiquei abismado”, exaltou.
“Temos condições de fazer moradias com qualidade pelo Minha Casa, Minha Vida. Vou informar à presidente Dilma, ao ministro das Cidades e ao presidente da Caixa sobre essa experiência que vi aqui hoje, como referência para aperfeiçoar as casas do programa a serem construídas”, declarou. Em seguida, entregou as chaves aos moradores contemplados.
Dividido em cinco etapas, o conjunto residencial terá 1.100 unidades. Além das 192 que foram entregues neste sábado, outros 908 apartamentos estão com a construção em andamento em mais quatro conjuntos de prédios – o João Cândido B e os Chico Mendes A, B e C. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, os beneficiados nesta primeira fase são moradores de Taboão da Serra, Itapecerica da Serra e da zona sul de São Paulo.
Presentes no evento: Alexandre Padilha (ex-ministro da Saúde), Paulo Felix (líder do MST – Taboão da Serra), Laércio Lopes (vice-prefeito de Taboão da Serra), Marcos Penido (secretário estadual da Habitação), Eleonora Lisboa (gerente nacional de Entidades Urbanas da Caixa Econômica Federal), Fernando Cera (gerente regional de construção civil – Caixa Econômica Federal), Edson Scardoeli (Construtora Esecon) e Paulo Giannini (secretário de Governo – Embu das Artes).
MCMV Entidades
O Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades foi criado em 2009, com o objetivo de tornar a moradia acessível às famílias organizadas por meio de cooperativas habitacionais, associações e demais entidades privadas sem fins lucrativos.
O programa, ligado à Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, é dirigido a famílias de renda familiar mensal bruta de até R$ 1,6 mil e estimula o cooperativismo e a participação da população como protagonista na solução dos seus problemas habitacionais.