Secretária fala de inclusão de crianças especiais na escola

09/11/2006 - 0:00
Secretária fala de inclusão de crianças especiais na escola
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A inserção de crianças com algum tipo de deficiência em escolas regulares ainda é um desafio no Brasil, seja em escolas públicas ou particulares. Em Embu o atual governo decidiu enfrentá-lo desde 2001 e atualmente alguns bons resultados já são evidentes. O trabalho desenvolvido no município foi abordado pela secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer Rosimary Matos na palestra "A inclusão de crianças deficientes nas escolas regulares" para alunos de pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) dia 7/11, na capital.

Dedicada inicialmente a reorganizar a própria rede em 2001, quando havia salas em escolas municipais com até 47 alunos, a Secretaria de Educação adotou como estratégia o diálogo com professores e as famílias dos alunos em rodas de conversas que duraram um ano e meio. Hoje a rede municipal mantém no máximo 35 alunos por sala e se incluir alunos deficientes o número cai para 30 ou menos, de acordo com a necessidade do estudante. Além disso, palestras com especialistas e material didático adequado forneceram aos educadores o conhecimento a respeito do amadurecimento da educação pautado no ciclo do desenvolvimento humano. Para a secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Embu, a inclusão está em "considerar que cada indivíduo é uma obra-prima única e precisa ser respeitada essa individualidade. A escola que faz a integração prepara o deficiente para ser inserido". A pedagoga defende ainda que mais do que integrar as pessoas especiais no ambiente escolar, a sociedade deve incluí-las e esse processo exige que ela própria se organize para fazê-lo.

Em 2004 houve um sensível aumento de matrículas de alunos especiais na rede municipal. Atualmente Embu conta com 346 matriculados: 205 nas escolas regulares envolvendo educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA) e 141 no Centro Educacional Municipal Armando Vidigal, exclusivo para crianças especiais e onde elas são preparadas para cursar escolas regulares. A prefeitura de Embu investiu também na Sala de Apoio à Inclusão do Deficiente na Escola (SAIDE), instalada na Escola Municipal Professor Paulo Freire e que recebe alunos da rede municipal. Mais recentemente, em 2006, foram organizados cursos de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Braile para os professores interessados. Três turmas já se formaram e outras três concluirão até o final de novembro os cursos oferecidos gratuitamente pela prefeitura.

A secretária de Educação relatou as ações inclusivas adotadas no município atendendo a um convite da professora Rosa Resegue. Pediatra e coordenadora do Projeto Desenvolver do Programa de Integração Docente-Assistencial da Unifesp em Embu, ela afirma que é a cidade em que "está vendo a inclusão sair do papel e vindo à tona, mesmo com todos os problemas que tem".

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