Seminários de Árvores e Fauna em Embu das Artes enfatizam tecnologias de preservação e a responsabilidade de cada um

30/09/2011 - 0:00
Seminários de Árvores e Fauna em Embu das Artes enfatizam  tecnologias de preservação e a responsabilidade de cada um
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As tecnologias de preservação de árvores e fauna e a
responsabilidade de cada instituição e pessoa nessa preservação, foram os
principais assuntos dos debates realizados pela Secretaria do Meio Ambiente de
Embu das Artes na semana de 20 a 22/9. Organizados para celebrar os dias da
Árvore e da Fauna,os debates foram realizados no Parque Francisco Rizzo com
vários biólogos e especialistas em preservação da fauna e flora e em
arborização e poda de árvores. Além dos debates, houve também a cerimônia de
plantio de árvores por alunos de várias escolas e o lançamento de projetos e
publicações. O objetivo era sensibilizar e conscientizar a população da
importância das árvores e da biodiversidade local para manutenção do equilíbrio
ambiental das áreas urbanas.

Os Seminários e eventos contaram com a participação de
mais de 500 pessoas, incluindo representantes das Secretarias do Meio Ambiente
de Barueri, da Guarda Civil de Taboão da Serra, Guarda Civil Ambiental de Embu
das Artes, da COOPERMAPE (Cooperativa de Materiais Recicláveis de Embu das
Artes), alunos e professores da Escola Estadual Solano Trindade, equipes de agentes de saúde e de controle de zoonoses da Secretaria de
Saúde, além do Presidente da Câmara dos Vereadores, Silvino Bomfim e do
vereador José Carlos Proença.

O secretário João Carlos Ramos abriu os eventos lembrando
a complexidade de interesses e necessidades que formam uma cidade e que buscam
solução nos poderes públicos individualmente. E por isso, Ramos pediu a todos para,
durante os eventos, deixar as concepções ideológicas temporariamente de lado
para pensar nessa convivência complexa:

“Muitas vezes, nós da Secretaria de Meio Ambiente estivemos
praticamente sozinhos em reuniões como essa e, no entanto, minha maior comemoração
é logo de início me deparar com esse auditório cheio, maravilhoso, com uma
diversidade que me deixa muito feliz e renova minha crença de que a gente é
capaz de enfrentar os desafios que temos. Temos que aprender a conviver e
compartilhar o planeta. Esse planeta que reage às nossas ações e não age simplesmente”.

No primeiro dia 20/9 foi realizado o II Seminário de Fauna onde os participantes
debateram os problemas que o desenvolvimento representam para a preservação dos
animais silvestres, o combate ao tráfico
de animais raros e os riscos e doenças da criação doméstica.

O biólogo da DERSA, Guilherme Domenichelli, defendeu que
é possível o desenvolvimento com a preservação do meio ambiente, principalmente
através do cumprimento das determinações legais. Especialista em Educação
Ambiental, Domenichelli demonstrou didaticamente como foi feita a retirada e o manejo
dos animais para a construção do Rodoanel e a construção dos parques
compensatórios – como o Parque da Cidade, na várzea do Embu-mirim – e várias unidades
de conservação e compensação. E falou também dos diversos problemas que
surgiram com isso.

O analista ambiental do IBAMA Vincent Kurt Lo, iniciou
dizendo que embora seja o segundo país em diversidade de aves, o Brasil é o
campeão mundial em espécies de aves ameaçadas de extinção. Além disso, são 627
espécies ameaçadas pelo tráfico de animais, que é crime, mas que é considerado
crime de “menor potencial ofensivo” e por isso tem pequena punibilidade ou são
desprezadas. Segundo ele, só no Estado de São Paulo são apreendidos de 30 a
40.000 animais silvestres por ano. “É quase um Jardim Zoológico por mês! Se
esse é o número de animais que estão sendo apreendidos, imaginem a quantidade
de animais que são capturados, mortos, levados para casa e até levados para
fora do pais”. Kurt Lo também mostrou vários problemas, como o local para
destinação desses animais, as formas como são transportados e o “fenômeno das
florestas vazias” que está sendo debatido mundialmente e a possibilidades dos
que são capturados pelo IBAMA serem recolocados na natureza.

A veterinária Luciana Gallo, Gerente do Centro Controle de
Zoonoses de Embu das Artes, explanou sobre os diversos riscos e doenças que a
criação de animais – inclusive os domésticos
comuns como cães, gatos e galinhas – proporciona para os humanos e vice e
versa. Segundo ela 61% dos agentes microorganismos que transmitem doenças aos
humanos são de origem animal, cerca de 900 doenças, mais de 90% delas
transmitidas por animais domésticos comuns e legais como cães, gatos, galinhas,
passarinhos e outros.

“Quando falamos em
animais sadios, que nós temos certificado de que são realmente sadios, até mesmo
daqueles cuidados pelo IBAMA, etc, é
normal que esses animais possuam uma salmonela na flora intestinal deles.” Outra
certeza é de que os humanos sempre estão com alguma dor ou infecção resultante
da ação de patógenos diversos: “Então a gente vai passar pra ele, não tem como.
Sempre temos também doenças e infecções que nós podemos passar pra eles também”
– disse a veterinária.

Luciana informou
que o tráfico de animais é o terceiro maior do mundo (perdendo apenas para o
tráfico de armas e drogas), movimentando cerca de 10 bilhões de dólares anuais
(US$ 1,5 bilhão anual somente no Brasil) e movimentando 20 milhões de filhotes
por ano. Ela também falou da legislação que regula os crimes ambientais e convidou
a todos a visitarem o site do Centro de
Controle de Zoonoses de Embu das Artes e solicitou a todos que participem,
enviando perguntas, críticas e propostas para o Centro através do site www.amicaodoembu.blogspot.com

Para
quem gostaria de ter visto o evento a TV da Cidade disponibiliza os vídeos no portal ou no proprio canal da Prefeitura no Youtube nos seguintes links:

http://www.youtube.com/watch?v=WyZeXARltW4&feature=channel_video_title

http://www.youtube.com/watch?v=0X3F0MRCQFI&feature=relmfu

http://www.youtube.com/user/prefeituradeembup/a/u/1/ieqGyivFsJE

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