A Prefeitura de Embu está apelando ao governo estadual para que solucione o problema do transporte intermunicipal, agravado com a cassação da Viação Campo Limpo. Uma semana após a retirada de circulação dos ônibus pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), cerca de 20 mil usuários do transporte intermunicipal de Embu ainda estão sofrendo.
O transporte que já era precário ficou ainda pior. Em relatório, a Secretaria de Estado dos Transportes informou que 29 veículos estão cobrindo as linhas antes operadas pela Campo Limpo. Porém, levantamento feito pela Prefeitura através da Divisão de Trânsito e Transporte (Divtran) aponta que apenas 20 ônibus foram disponibilizados, provocando intervalos de até duas horas entre um e outro. A Viação Campo Limpo que deveria operar com 70 veículos, desde janeiro mantinha apenas 50 deles em suas linhas.
Preocupado com as conseqüências da saída da Campo Limpo, tanto para os milhares de usuários quanto para os funcionários, o prefeito de Embu das Artes defendeu uma intervenção na empresa ao invés da cassação. "Este foi um grave erro do governo do Estado: cassar a Campo Limpo e deixar sem opção a população e cerca de 500 trabalhadores desempregados. Uma empresa com irregularidades há mais de 10 anos, cassá-la sem alternativas consolidadas é uma irresponsabilidade. Eu pedi ao secretário estadual de Transportes para intervir e não cassar, porque a linha é pública. Sinto, como prefeito, não ter essa possibilidade, pois se pudesse eu teria feito", afirmou Prefeito. Segundo o prefeito, a administração municipal coloca-se à disposição do governo estadual para juntos solucionarem o problema e está agindo dentro dos limites determinados pela legislação, já que o transporte entre as cidades é um dever do governo do Estado de São Paulo. Esta determinação impede que veículos do transporte municipal circulem na capital.
Dezenas de ofícios da Prefeitura de Embu para a EMTU e documentos do Consórcio Intermunicipal da Região Sudoeste da Grande São Paulo (Conisud) – formado por Embu das Artes, Embu Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra e Taboão da Serra – mostram que desde 2002 as questões do transporte intermunicipal da região vêm sendo tratadas pelos governos. A avaliação é de que faltam políticas públicas de transporte na região metropolitana de São Paulo.