Embu sedia laboratório pioneiro das Américas

06/10/2005 - 0:00
Embu sedia laboratório pioneiro das Américas
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Nesta quinta-feira (06/10) entrou em operação o primeiro laboratório do Brasil para calibrar medidores de vazão com até três metros de diâmetro. Usados principalmente por empresas petrolíferas, energéticas e de saneamento, esses equipamentos de grande porte exigem calibragem para serem utilizados. Concluído em 15 meses, o projeto teve investimentos da ordem de R$ 4 milhões da Conaut. A empresa nacional  em "joint-venture" com a alemã Krohne  destacada no mercado de automação e instrumentação, tem sede em Embu das Artes.

A infra-estrutura do laboratório, com similares somente na Holanda e na China, inclui um reservatório cuja capacidade de armazenamento chega a 1 milhão de litros de água. Ele envolve ainda uma torre de água de 41 metros de altura, a maior dentre três existentes no mundo nesse segmento industrial. As empresas no Brasil que utilizam grandes medidores de vazão de líquidos eram obrigadas a enviar à Holanda seus equipamentos para calibragem. Além de esperar até seis meses para tê-los de volta, elas arcam com um custo, de acordo com o tamanho da peça, de até R$ 40 mil. Com este laboratório no Brasil, a calibragem de peças de maior diâmetro é realizada em no máximo uma semana a um custo até três vezes menor.

Segundo o diretor técnico Ricardo Fuchs, a Conaut respondeu integralmente pelo investimento, tendo a Khrone como parceira tecnológica. A companhia estabeleceu parceria com o Inmetro " órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior" que certifica as aferições do laboratório. Na calibragem inaugural, 700 mil litros de água passaram pelo equipamento em 32 segundos com uma peça de 1,20 metros de diâmetro. Presente à inauguração, ao lado do vice-prefeito Roberto Terassi e do secretário de Turismo Renato Gonda, o prefeito Prefeito destacou a importância da iniciativa. "É fantástico que este equipamento, com tamanha capacidade de operação e precisão seja de uma empresa brasileira como a Conaut, tão respeitada, instalada no Embu", comentou.

A capacidade de vazão de água do laboratório vai de 10 a 49 mil metros cúbicos por segundo. É como se um rio caudaloso passasse pela tubulação do laboratório num curto intervalo de tempo. O Rio Paraíba do Sul, um dos principais da região Sudeste, por exemplo, tem vazão de 200 m³ por segundo. A comparação foi feita pelo ex-ministro e ex-presidente da Petrobras, Shigeaki Ueki. Presente ao evento, Ueki é um entusiasta do projeto idealizado por Theodor Fuchs, diretor-presidente da Conaut, fundada por ele há 40 anos. Segundo Fuchs, para cumprir as exigências de certificação internacional, todo aparelho de medição tem de ser certificado. "Nós não tínhamos essa possibilidade aqui. O custo de remessa de um grande aparelho para o exterior é muito alto e encarecia muito o produto", salientou.

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