Mês da Mulher: aprenda a se proteger da violência

17/03/2016 - 0:00
Mês da Mulher: aprenda a se proteger da violência
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Em mais uma ação do Mês da Mulher, um grupo de 30 mulheres do Jd. do Colégio e região, participou de uma aula diferente e importantíssima: defesa pessoal. A Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, através do Centro de Referência da Mulher (CRM) levou até as moradoras a palestra “Técnicas de Defesa Pessoal”, ministrada pelos GCMs Mendes. O encontro aconteceu no Cras do Ceu Jd. do Colégio.

“Ensinamos técnicas de defesa, não técnicas de violência, pois queremos que você saia dessa situação, não que fique ‘em luta’ com o agressor. Assim que conseguir se desvencilhar de quem a está agredindo, corra e grite pedindo ajuda”, disse a GCM Mendes durante a apresentação. As técnicas de defesa foram demonstradas pelos guardas municipais.

Segundo os palestrantes, a maioria dos agressores não conta com o “fator surpresa”, ou seja, não imagina que a mulher saiba se defender. Quando isso acontece, por muitas vezes, o agressor foge.

“Ao andar sozinha por uma rua, ao notar que está sendo seguida, entre em um comércio ou bata em alguma casa, como se fosse a moradora chamando um parente. Dificilmente você será abordada”, falou o GCM Gama.

Evitar locais com poucas pessoas, mal iluminados, calçadas estreitas e vielas é primordial. “O agressor não quer ter trabalho, ele vai tentar agir em lugares assim. Quanto mais vulnerável, mais fácil”, disse Marlene Cardoso, psicóloga do CRM.

Dicas da GCM:
-Ao chegar em casa a pé, tenha sempre as chaves em mãos;
-Ao chegar em casa de carro, dê uma volta pelo quarteirão antes de estacionar em frente 
à garagem e preste atenção na movimentação da rua;
-As vezes, é melhor entrar no “delírio” do outro e salvar a sua vida. Se o agressor for um ex-marido ou ex-namorado que insiste na relação, concorde com ele até ter a oportunidade segura de fugir e pedir socorro;
-Quando for abordada por trás com objeto cortante ou arma de fogo, finja um desmaio, dificilmente o agressor fica próximo à vítima nesses casos;
– Não distrair-se com celular enquanto estiver em ponto de ônibus ou com o veículo parado na rua;
-Se perceber que está sendo seguida, pare no primeiro comércio e ligue 190 ou 153;
– Combine com seus familiares um código secreto para casos de emergência. Assim se estiver sendo vítima de seqüestro ou passando por alguma dificuldade eles saberão;
-Quando a situação for de estupro, mantenha a calma e use qualquer objeto duro ou pontiagudo que esteja ao alcance das mãos para acertá-lo, ou ainda, enfie os dedos nos olhos do agressor;

-Após conseguir se libertar, corra e grite, não imagine o que possam estar pensando de você, sua vida é mais importante que a opinião dos outros;
-Ao ser abordada por um veículo em que o individuo esteja armado e solicitando que você entre, corra em sentido contrário ao do veículo, atravesse a rua, e grite;
-Lembre-se: você pode sair dessa.

“Já sofri abordagens assim, agora sei como posso me defender” – Dalila Silva de Jesus Geraldo, 43,moradora do Jd. do Colégio.

“Nunca tinha participado de nada parecido e nem imaginava sempre estamos em perigo. Agora, sei como lidar” – Maria Bezerra da Silva, 59, Jd. do Colégio.

“Vou tomar muito mais cuidado por onde vou agora. Nunca passei por nada disso, mas é bom saber” – Maria Tomaz, 57, Pq. Luiza.

Dados alarmantes

O Brasil registrou em 2015 mais de 63 mil denúncias de violência contra as mulheres, um relato a cada 7 minutos. Os dados são da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), a partir de ligações feitas ao 180, o Disque-Denúncia.
Desses números, quase metade (49,82%) se referem a violência física, e 58,55% foram contra mulheres negras.

Também foram registradas mais de 19 mil denúncias contra violência psicológica e mais de 4 mil contra violência moral, 3.064 registros de violência sexual e mais de 3 mil de cárcere privado. Em mais de 80% dos casos, os filhos presenciaram e, em alguns casos, também sofreram a violência. O balanço revela que em 85% das vezes a violência é dentro do âmbito doméstico e familiar.

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