Prefeitura de Embu urbaniza favela no Rodoanel

03/04/2009 - 0:00
Prefeitura de Embu urbaniza favela no Rodoanel
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Ocupação irregular, falta de infra-estrutura e muita moradia situada em área de risco são os principais problemas do bairro Vila Real–Moinho Velho, que ocupa área que se estende até a parte superior do Rodoanel, com moradores acomodados sobre o túnel e instalações desativadas da Sabesp. Esses problemas foram destacados pelo secretário de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Embu, Geraldo Juncal Junior, na apresentação do Plano de Urbanização do bairro aos moradores, em reunião realizada na porta da Associação Amigos de Bairro Vila Real–Moinho Velho, no dia 3 / 4. Mais de 150 moradores que compareceram ao encontro acompanharam a exposição do projeto, na tela montada na parede externa da associação, e as explicações minuciosas feitas pelo secretário. O projeto será executado com verba federal. Cerca de R$ 8 milhões já estão disponíveis e garantirão a execução da etapa inicial do projeto, que será dividido em duas partes: a primeira com construção de 114 moradias e a segunda com 108, somando 222 residências.
No levantamento feito pela Prefeitura de Embu foram cadastradas 579 moradias. O custo total do projeto, de apartamentos e sobrados, para todas as famílias, é de R$ 14 milhões.  

O secretário enumerou as etapas que já foram realizadas e todos os passos que serão dados a partir da aprovação do projeto, com prédios, de três e quatro andares, dois apartamentos de dois dormitórios por andar. Os prédios serão construídos nas encostas do bairro, com aproveitamento do recorte das encostas e elevações do terreno. “Uma das etapas que faltam é a formação de uma comissão de moradores para acompanhar as obras. Ela participará da reunião com o proprietário do terreno, o ministério público e a Prefeitura, para que seja feita a regularização fundiária.” O prazo previsto para início das obras é de 90 dias, após publicação de edital e realização de concorrência pública, com conclusão da primeira parte do projeto no segundo semestre de 2010. Os moradores que serão removidos para o início da construção serão alojados em espaço providenciado pela Prefeitura.

Um encanto de projeto

Quando a jovem Giltânia Cunha Silva viu “a beleza de projeto” na tela se encantou, mas ficou “muito sentida”. Ela explica: “Estava com gravidez de risco, fui para São Paulo me tratar e perdi o meu filho. Agora voltei com o meu marido, mas a gente não tem cadastro”, disse. A história de Gilvânia é apenas uma entre tantas contadas por moradores que não constam do cadastro feito pela Prefeitura, no início do ano, no bairro Vila Real–Moinho Velho. Edson Santos de Jesus também compareceu com a mulher e queria saber como incluir as filhas que “estavam viajando” quando foi feito o cadastro. “O projeto foi feito para atender as pessoas cadastradas”, lembra o secretário. Ele informou que aqueles que não estão cadastrados serão ouvidos pela assistência social da Prefeitura e depois cada caso avaliado individualmente.

Depois da apresentação do Plano de Urbanização do Bairro Vila Real–Moinho Velho, Geraldo Juncal abriu para perguntas: “Nas obras se a gente sai da casa como é que fica?”, perguntou um morador. “Se de repente a Prefeitura tiver de retirar a família, como no Castilho e Valo Verde, ela terá a bolsa-aluguel de R$ 150 ou ficará em alojamento no local”, disse o secretário. “O que vai acontecer com quem está morando em cima do túnel do Rodoanel?”, “Vai ter prédio só na frente?”, perguntaram outros moradores. O secretário informou que a população que se acomodou sobre o túnel do Rodoanel será cadastrada e encaminhada pelo Centro de Referência e Assistência Social (Cras) para atendimento e que a proposta do projeto não é embelezar a favela, mas oferecer moradia digna para as famílias de Vila Real.

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